28 de dezembro de 2025
COLUNISTA

Sagrada família

Por Dom Caetano Ferrari |
| Tempo de leitura: 2 min
Bispo Emérito de Bauru

Celebrar a Festa da Sagrada Família é voltar o nosso olhar para o lar de Nazaré e, ao mesmo tempo, para as nossas próprias famílias. Jesus, Maria e José não formaram uma família idealizada ou distante da realidade. Pelo contrário, viveram desafios concretos, medos, trabalho, deslocamentos e inseguranças - experiências muito próximas daquilo que tantas famílias vivem hoje.

A primeira leitura, do Livro do Eclesiástico (cf. Eclo. 3,3-7.14-17a), recorda-nos a importância das relações entre pais e filhos, marcadas pelo respeito, pela gratidão e pelo cuidado, especialmente na velhice: "Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive". (cf. Eclo 3,12.14). Honrar pai e mãe não é apenas cumprir um mandamento, mas reconhecer que a vida é dom e que a família é o primeiro espaço onde aprendemos a amar, perdoar e servir. Em uma sociedade que muitas vezes descarta os idosos, a Palavra de Deus nos chama à compaixão e à responsabilidade.

São Paulo, na Carta aos Colossenses (cf. Cl. 3,12-21), apresenta um verdadeiro "manual" para a vida familiar e comunitária: misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência e, sobretudo, o amor, que é o vínculo da perfeição: "Acima de tudo, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição". (cf. Cl 3,14). Não se trata de relações de dominação, mas de cuidado mútuo. Pais, filhos, esposas e maridos são chamados a viver relações que edificam, que não ferem nem desanimam, mas geram vida e esperança.

Neste dia 28 de dezembro, às 17 horas, na Catedral de Bauru, encerrar-se-á o Jubileu da Esperança na Diocese. O jubileu é o nome dado a um ano particular de celebração de uma ocasião especial, que é o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebrado ordinariamente a cada 25 anos. O tema do ano de 2025, escolhido pelo Papa Francisco, é "Peregrinos da Esperança". Ao longo de 2025, aconteceram na Catedral os jubileus por categorias de fiéis: jubileu do clero, jubileu dos profissionais da área da saúde, jubileu da Educação, Jubileu dos Militares, etc. Todos os que participaram receberam a indulgência plenária, que é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, concedida ao fiel devidamente disposto e sob determinadas condições: confissão sacramental, comunhão eucarística, oração nas intenções do Papa e peregrinação.

Que esta festa renove em nós o compromisso de cuidar das nossas famílias, fortalecê-las na oração e torná-las espaços de acolhida, paz e vida. Que Jesus, Maria e José intercedam por todas as famílias de nossa cidade, especialmente pelas mais sofridas. Amém.