27 de dezembro de 2025
TURISMO

Região integra 'Rota da Cachaça' que promete fomentar economia

Por Priscila Medeiros | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
'Rota da Cachaça' amplia a visibilidade e fortalece a economia

O lançamento da 'Rota da Cachaça' de São Paulo pelo Governo do Estado, no último dia 11 de dezembro, reforça o protagonismo de regiões tradicionais na produção do destilado, com destaque especial para Lençóis Paulista e Jaú, municípios da região que carregam uma forte herança histórica ligada à cana-de-açúcar e aos alambiques artesanais. A iniciativa busca fomentar o turismo rural, impulsionar o agronegócio e fortalecer a economia local por meio da valorização da cachaça paulista.

Com oito trajetos distribuídos por 65 municípios, além de destinos de experiências e de negócios, o projeto integra produtores, indústrias, comércio e consumidores, movimentando toda a cadeia produtiva. Para cidades como Lençóis Paulista e Jaú, onde a cachaça faz parte da identidade regional, a proposta representa uma oportunidade de ampliar mercados, atrair visitantes e gerar emprego e renda.

Jaú se destaca no roteiro com a centenária Fazenda Mandaguahy, fundada em 1858. A propriedade, que passou por diferentes ciclos produtivos, dedica-se desde a década de 1960 ao cultivo da cana-de-açúcar e, desde 2004, à produção artesanal da Cachaça Mandaguahy. Envelhecida em diferentes madeiras brasileiras, a bebida conquistou reconhecimento pela qualidade e mantém viva a tradição familiar. Além da produção, a fazenda investe no turismo histórico e ecológico, oferecendo visitas guiadas e degustações, o que fortalece o setor de serviços e amplia o impacto econômico no município.

Já Lençóis Paulista carrega o título histórico de "terra da cachaça". No início do século 20, o município chegou a contar com cerca de 50 engenhos em funcionamento. Esse legado é preservado pelo Engenho São Luiz, cuja história começou em 1906 e foi retomada em 2007 pela família Zillo. Com produção anual entre 35 e 40 mil litros, o engenho utiliza cana cultivada na própria fazenda, colheita manual e alambiques de cobre. Os rótulos, premiados, passam por envelhecimento em madeiras como carvalho, amburana e bálsamo. O espaço recebe visitantes durante todo o ano, oferecendo experiências que unem degustação, história e educação sobre o processo produtivo.

A inclusão dessas cachaçarias na 'Rota da Cachaça' amplia a visibilidade regional e fortalece a economia local ao estimular o turismo, a gastronomia, a hotelaria e o comércio. Segundo o Governo do Estado, a iniciativa também contribui para a formalização dos produtores, impulsionada por avanços regulatórios e pela criação da linha de crédito Alambique Legal, que apoia financeiramente a adequação sanitária e regulatória dos alambiques.

São Paulo lidera as exportações brasileiras de cachaça, respondendo por 46% do total nacional, além de concentrar quase um terço dos empregos do setor. Esse cenário se reflete diretamente em polos tradicionais como Lençóis Paulista e Jaú, onde pequenos e médios produtores desempenham papel estratégico no desenvolvimento regional.

Ao integrar tradição, inovação e turismo, as Rotas da Cachaça transformam a bebida em um ativo cultural e econômico. Para o interior paulista, especialmente para cidades com história ligada aos engenhos, o projeto representa mais do que um roteiro turístico: é uma ferramenta de valorização do território, preservação da memória e geração de novas oportunidades de crescimento. Confira a lista completa da Rota no site www.rotasdacachaca.sp.gov.br/rotas-cachaca.

As rotas incluem ainda institutos de pesquisa e inovação, vinculados à Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), como o Grupo de Estudos da Cadeia da Cachaça (GECCA), coordenado pela Apta Regional de Piracicaba e de Bauru e o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), responsáveis pela metodologia do Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista, vinculados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.