A economia brasileira de certa maneira já está precificada para 2026. O modelo econômico do governo Lula não terá nenhuma mudança estrutural, portanto, tende a ser reprodução do que ocorreu até aqui.
O que ocorreu até aqui? O governo Federal pratica o chamado contraciclo, isto é, injeta liquidez na economia, com gastos públicos acima das receitas, o que eleva o endividamento público, forçando o Banco Central a implementar política monetária restritiva, principalmente com juros elevados.
Os indicadores de curto prazo passam uma falsa impressão de que o país caminha seguramente, o que não verdade.
A cotação do dólar, por exemplo, não explodiu acima dos R$ 6,00, porque os Estados Unidos enfraqueceram sua moeda internacionalmente (basta observar o índice de DXY que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta das mais importantes moedas do mundo), além disso, a queda nos juros por lá e alta dos juros por aqui, geraram diferencial de juros favorável a entrada de dívidas no país.
O dólar mais comportado, ajudou a derrubar os preços dos produtos cotados em dólar ou que seguem alguma relação com o dólar. Se adicionarmos o fato de que o tarifaço de Trump gerou excedentes internos, ampliando a oferta de produtos e ainda que a taxa de juros segurou a demanda agregada, fica evidente que a inflação cederia em algum momento, e cedeu.
A ampliação dos gastos em assistência social, como o Bolsa Família que beneficia quase 50 milhões de brasileiros, entre outros fatores, derrubaram a taxa de desemprego, posto que essas pessoas simplesmente não querem ingressar no mercado formal.
Sendo assim, a economia apresentará crescimento na ordem de 2,2% neste ano, muito fruto do contraciclo acima mencionado.
Diante deste quadro, os indicadores para o ano que vem ficarão mais fragilizados, contudo, nada que assustem, pois em ano de eleição o governo Federal continuará injetando liquidez na economia, os juros continuarão elevados, os juros americanos em queda, o emprego formal não abrigará os que dependem atualmente do Estado, portanto, os indicadores são bem previsíveis: crescimento um pouco menor do este ano, dólar oscilando somente com o efeito das eleições, desemprego em baixa, inflação controlada.
Agora uma coisa é certa: a conta chegará em 2027 e se não houver mudanças na estrutura de gastos do setor público, o horizonte da economia brasileira não será nada promissor.
Como colocado, 2026 já está precificado, o problema, será a partir de 2027. Rezemos!