A catarinense Luana Lopes Lara, 29, acaba de conquistar um feito inédito no cenário global: tornou-se a mais jovem bilionária self-made do mundo. A ascensão acontece após a startup Kalshi, que ela comanda como COO ao lado do libanês Tarek Mansour, anunciar uma rodada de investimentos de US$ 1 bilhão, elevando a avaliação da empresa para US$ 11 bilhões.
VEJA MAIS:
O salto impressionante ocorre menos de seis meses após a Kalshi, especializada em negociações baseadas em eventos futuros, multiplicar seu valor de mercado. Em junho, a companhia era precificada em US$ 2 bilhões; em outubro, atingiu US$ 5 bilhões; agora, chega a mais que o dobro. Com cerca de 12% da empresa cada, Luana e Mansour passaram a ter patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão, segundo a Forbes.
Antes de entrar no mundo das finanças, Luana trilhou caminhos bem diferentes. Ainda criança, estudou balé na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville. Paralelamente, destacou-se em competições científicas, conquistando medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e na Olimpíada de Matemática de Santa Catarina.
A trajetória artística levou Luana a dançar profissionalmente na Áustria após o Ensino Médio. Mas o rumo mudou quando decidiu abandonar os palcos e ingressar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde sua vida daria uma guinada definitiva.
No MIT, Luana conheceu Mansour, que viveu sua juventude durante a Guerra do Líbano de 2006. Os dois dividiram, em 2018, um estágio no mercado financeiro na Five Rings Capital, em Nova York — experiência que despertou a ideia da Kalshi, uma exchange em que pessoas negociam previsões sobre temas como economia, clima, cultura pop e política.
Segundo Luana, o mercado carecia de regulamentação e transparência. Para tirar o plano do papel, os cofundadores buscaram mais de 40 escritórios de advocacia dispostos a estruturar o negócio. Foram dois anos sem lançar produtos, dependendo exclusivamente da aprovação regulatória.
A virada veio em 2020, quando a plataforma recebeu autorização da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos Estados Unidos, com apoio do advogado Jeff Bandman, ex-integrante do órgão regulador.
O crescimento acelerado da Kalshi colocou Luana sob os holofotes do ecossistema de tecnologia e inovação. Em 2021, ela foi a única brasileira destacada na lista Forbes 30 Under 30 nos Estados Unidos.
Agora, com a startup avaliada em dois dígitos bilionários e uma fortuna pessoal estimada em mais de US$ 1 bilhão, Luana se firma como um dos nomes mais influentes da nova geração de empreendedores globais — uma trajetória que começou na dança, passou pelo MIT e desembocou na criação de um dos negócios mais ousados do mercado financeiro.