05 de dezembro de 2025
NOVA ORIENTAÇÃO

Sexo no casamento não serve apenas à procriação, diz Vaticano

Por | da Rede Sampi
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Reprodução/Ahmet Kurt/Unsplash
Documento rejeita a ideia de que o sexo só é legítimo quando voltado à geração de filhos.

Em nova nota doutrinal, o Vaticano declara que o ato sexual entre marido e mulher tem valor próprio e não se limita à procriação. O documento, publicado no final do mês passado, afirma que a união física do casal é um bem em si, com dimensão espiritual e afetiva, e rejeita a ideia de que o sexo só é legítimo quando voltado à geração de filhos.

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O Vaticano publicou, em 25 de novembro, a nota doutrinal “Una caro”, na qual reforça que a relação sexual dentro do casamento tem um significado que vai além da concepção. O texto, assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, afirma que a união corporal do casal expressa comunhão, entrega e amor, sendo essencial à própria natureza do matrimônio.

O documento critica visões que consideram o sexo apenas como instrumento para gerar filhos. Segundo a nota, essa interpretação reduz o sentido da união conjugal e ignora que a relação sexual possui também valor humano, emocional e espiritual. Para o Vaticano, o ato conjugal é parte integrante do vínculo matrimonial e participa da dignidade do amor entre os esposos.

A nota explica que a Igreja sempre ensinou a abertura à vida, mas destaca que isso não elimina os demais significados do ato sexual. A união física, descrita pelo texto como gesto completo de doação, manifesta a promessa feita no casamento e promove o crescimento mútuo do casal. A procriação é apresentada como uma dimensão importante, mas não exclusiva.

O documento também diferencia o valor da relação entre marido e mulher de outras formas de vínculo afetivo, afirmando que apenas a união conjugal tem essa integração plena entre corpo, afeto e espírito. Por isso, a Igreja considera que o ato sexual só encontra seu sentido completo dentro do matrimônio.

Ao longo do texto, o Vaticano reforça que a sexualidade humana é parte essencial da pessoa e não algo “puramente biológico”. O Dicastério afirma que reduzir o sexo a simples função reprodutiva contradiz a visão cristã do corpo e do amor, que exige tanto abertura à vida quanto respeito pelo significado unitivo da relação.