Uma operação da Polícia Civil, com apoio da Vigilância Sanitária, resultou na descoberta de uma fábrica clandestina de “gelo saborizado” que operava em condições sanitárias irregulares no Parque Santa Inês, em Botucatu. O responsável pelo local, um homem de 47 anos, foi preso em flagrante por crime contra as relações de consumo, por vender ou manter mercadorias impróprias ao consumo.
A ação foi desencadeada após ligação anônima ao Disque Denúncia, indicando o imóvel onde funcionava como fábrica irregular. No endereço, a equipe foi recebida pela mãe do suspeito, que permitiu a entrada dos agentes. No local havia maquinário como seladoras automáticas, liquidificador industrial, freezers, condensadoras e um desenformador.
Também foram encontrados insumos em situação irregular, como seis pacotes de pó para gelados comestíveis vencidos desde 2022, além de outros com validade vigente. Um total de 4.179 unidades de “gelo saborizado” e 50 picolés artesanais estavam armazenados e prontos para comercialização.
No endereço também foram apreendidos 18 galões de 20 litros com resquícios de etanol, usado irregularmente para acelerar o resfriamento. No local também faltavam medidas básicas de higiene: janelas sem telas, banheiro dentro da área de produção e produtos de limpeza automotiva armazenados junto aos alimentos.
O Instituto de Criminalística foi acionado e constatou que os produtos eram impróprios para o consumo, especialmente devido ao estado crítico do filtro da caixa d’água, que abastecia toda a produção.
A Vigilância Sanitária autuou o estabelecimento e realizou a apreensão de todas as mercadorias. O suspeito, que chegou ao local durante a fiscalização e se apresentou com advogado, permaneceu em silêncio durante o interrogatório.
Diante das evidências, o delegado responsável decretou prisão em flagrante, destacando que a produção e venda de “gelo saborizado” não possuem respaldo regulatório, segundo Nota Técnica da Anvisa, e que as condições encontradas representavam risco à saúde pública. Como a pena prevista ultrapassa quatro anos, não houve possibilidade de fiança na fase policial. Um inquérito foi instaurado.