05 de dezembro de 2025
AMPLIAR CAPTAÇÃO

DAE de Bauru vai comprar máquina anfíbia para atuar no Batalha

Por | da Redação
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Divulgação
Máquina semelhante deve ser adquirida pela autarquia

A aquisição de uma máquina anfíbia, estimada entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões, foi um dos anúncios feitos pelo presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), João Carlos Viegas da Silva, na primeira audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara para discutir o abastecimento de água em Bauru, realizada na tarde desta terça-feira (25). O equipamento será utilizado na manutenção permanente das margens do Rio Batalha e de seus afluentes, no controle de erosões e construção de barragens, por exemplo.

A máquina, que também permitirá ampliar a lagoa de captação, não substituirá o desassoreamento tradicional, executado normalmente por meio de draga. O DAE pretende lançar o edital da compra em dezembro. O investimento virá de recursos próprios da autarquia.


Desassoreamento 

Durante a audiência, o desassoreamento da lagoa do Rio Batalha foi apontado como prioridade por entidades como o Fórum Pró-Batalha e o Comdema. Viegas informou que o departamento já finaliza a licitação necessária para o início dos trabalhos, previstos para ocorrer nos próximos seis meses.

A primeira etapa contempla a retirada de resíduos por sucção e a construção de uma área de reservação a 200 metros da lagoa, com quatro metros de profundidade e capacidade para 800 m³ de água. Em seguida, o DAE pretende atuar nos afluentes, retirando sedimentos e empregando, posteriormente, a máquina anfíbia na manutenção contínua dos cursos d’água.

Apesar do planejamento apresentado, participantes criticaram a demora do município em executar o desassoreamento da lagoa. O presidente do Fórum Pró-Batalha, Gabriel Motta, lembrou que, há 60 dias, as condições ambientais eram ideais para a limpeza, mas a falta de maquinário impediu a intervenção.

Modernização da ETA 

Outro ponto debatido foi a necessidade de modernizar a Estação de Tratamento de Água (ETA). Segundo o DAE, há um estudo completo indicando que todas as melhorias na rede, incluindo a reestruturação da ETA, exigem investimento de até R$ 450 milhões, valor que a autarquia não dispõe no momento.

O secretário de Governo, Renato Purini, destacou que o edital de concessão do tratamento de esgoto prevê, como contrapartida, a construção de uma nova ETA. Já Ricardo Crepaldi, presidente do Comdema, cobrou estratégias imediatas para reduzir as perdas de água. 

Viegas afirmou que a principal medida em curso é a troca de hidrômetros, com a meta de reduzir as perdas para 15%. Sensores para detecção de vazamentos subterrâneos também estão nos planos, mas não têm cronograma definido.

Novo ponto de captação 

O DAE também informou que liberou recursos para elaborar o projeto executivo de um novo ponto de captação a 22 km da atual lagoa do Rio Batalha. O local é previsto no Plano Diretor de Águas. Motta sugeriu ainda que a Represa do Água da Ressaca seja utilizada de forma intermitente em períodos de estiagem.

Outros assuntos discutidos incluíram o projeto de drenagem e desapropriações no bairro Águas Virtuosas, a necessidade de mapear outorgas de água situadas na bacia do Batalha e o papel dos órgãos estaduais para mitigar problemas na região.

A Comissão de Meio Ambiente realizará outras duas audiências nos dias 2 e 9 de dezembro, ambas às 14h. Os debates abordarão o programa “Água Para Todos” e a recuperação das matas ciliares do Rio Batalha, com participação dos municípios de Agudos e Piratininga.

Estiveram presentes os vereadores Junior Rodrigues (PSD), Sandro Bussola (MDB), Junior Lokadora (Podemos), Arnaldinho Ribeiro (Avante), Natalino da Pousada (PDT) e Estela Almagro (PT), além de representantes do DAE, secretarias municipais, entidades ambientais e lideranças comunitárias.