As mulheres recebem 21,2% menos do que homens na comparação entre os empregados pelo setor privado do país. Os dados são do Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As informações fazem parte do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS), que analisaram aproximadamente 54 mil empresas com 100 ou mais empregados, considerando o período entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025. A desigualdade salarial tem piorado desde o início da série histórica: no primeiro relatório, publicado em março do ano passado, a diferença era de 19,4%. No segundo, em setembro, subiu para 20,7%. Já o terceiro, divulgado em abril deste ano, registrou uma diferença salarial de 20,9% - número que evoluiu para os atuais 21,2%.
Escolaridade não tem influenciado
Os dados reforçam o que já havia sido indicado pelo último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): mesmo com maior escolaridade, as mulheres seguem recebendo cerca de 20% menos que os homens. O levantamento do MTE avaliou mais de 19,4 milhões de vínculos empregatícios, dos quais 41,1% são de mulheres e 58,9% de homens. A remuneração média das mulheres é de R$ 3.908,76, enquanto a dos homens chega a R$ 4.958,43. O número de mulheres empregadas nas grandes empresas subiu de 7,2 milhões em 2023 para 8 milhões em 2025, elevando a participação feminina de 40% para 41,1%. No entanto, a massa de rendimentos das mulheres representa apenas 35% do total. Se a massa de rendimentos - soma total dos valores recebidos pelas pessoas ocupadas - acompanhasse o crescimento da presença feminina no mercado de trabalho, cerca de R$ 92,7 bilhões poderiam ser injetados na economia.
Produção industrial desacelera
A produção industrial brasileira voltou a mostrar fraqueza em setembro depois de um breve respiro no mês anterior, sob impacto das tarifas dos EUA e mantendo a falta de tração que vem marcando grande parte do ano para o setor em meio à política monetária restritiva. A indústria registrou em setembro recuo de 0,4% na produção na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, a produção industrial havia registrado alta de 0,7%, em dado revisado pelo IBGE de avanço de 0,8% informado antes. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção teve ganho de 2,0%. Com esses resultados, o setor fechou o terceiro trimestre com alta de 0,1%, depois de ter crescido 0,2% em cada um dos trimestres anteriores, e ainda está 14,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, segundo o IBGE.
O que justifica a queda?
A política monetária restritiva, com a taxa básica Selic em 15%, deve seguir pesando sobre a indústria brasileira, uma vez que dificulta o crédito e afeta decisões de investimentos. O tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entrou em vigor em agosto, também afeta alguns setores exportadores.
Desempenho por atividade industrial
De acordo com o levantamento do IBGE, 12 das 25 atividades industriais apresentaram redução na produção em setembro. Entre as influências negativas mais importantes estão produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%). Esses setores pesam 23% do total da indústria geral. Entre os avanços o destaque foi a fabricação de produtos alimentícios, com alta de 1,9%, marcando o terceiro resultado positivo consecutivo e acumulando expansão de 4,4% nesse período. Entre as categorias econômicas, os bens de consumo duráveis apresentaram queda de 1,4%, enquanto bens intermediários recuaram 0,4% e bens de consumo semi e não duráveis tiveram perda de 0,1%. Já a produção de segmento de bens de capital teve alta de 0,1%.
Mude já, mude para melhor!
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