A opção por uniões consensuais — aquelas em que o casal vive junto sem formalizar o casamento no civil ou religioso — tem ganhado cada vez mais espaço entre os bauruenses. Segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Bauru registrou aumento expressivo nesse tipo de relação nos últimos 12 anos.
Em 2022, 50.848 pessoas de 10 anos ou mais viviam em união consensual na cidade, o que representa 29,17% da população (379.146). No Censo de 2010, esse percentual era menor, 38.963 bauruenses optaram por esse tipo de união, evidenciando uma tendência de mudança nos padrões familiares e de convivência.
A analista da pesquisa do IBGE, Luciene Longo, explica que o crescimento dessas uniões reflete transformações sociais mais amplas.
“O aumento na proporção de uniões consensuais reforça as mudanças comportamentais que têm sido experimentadas na sociedade brasileira, quando as uniões no civil e religioso vêm perdendo espaço para as uniões não formalizadas. No entanto, vale ressaltar que as uniões consensuais podem ser registradas em cartório ou não”, observa.
Além das uniões consensuais, os casamentos apenas no civil também apresentaram crescimento: passaram de 27.021 em 2010 para 39.522 em 2022. Já as uniões religiosas diminuíram, de 1.459 para 1.199 no mesmo período. O casamento civil e religioso, antes o mais tradicional, também registrou queda: de 85.384 bauruenses em 2010 para 82.744 em 2022.
Os dados locais acompanham a tendência nacional. Em todo o Brasil, mais da metade da população (51,3%) de 10 anos ou mais vivia em união conjugal em 2022 — o equivalente a 90,3 milhões de pessoas. Pela primeira vez, o tipo de união mais frequente foi a consensual (38,9%), superando o casamento civil e religioso (37,9%).
Desde o Censo de 2000, o país vem registrando crescimento nas uniões consensuais e nos casamentos apenas civis, enquanto os casamentos religiosos e os realizados tanto no civil quanto no religioso vêm diminuindo.