O corpo em movimento como gerador de sons. A dança como instrumento musical. A tecnologia como ponte entre o físico e o digital. Essas são algumas das experiências que o público bauruense poderá vivenciar na performance "corpo_tecno_sonoro", em apresentação única no dia 29 de outubro, quarta-feira, às 20h, no Auditório do Centro Cultural Carlos Fernandes Paiva (Teatro Municipal de Bauru). Com entrada gratuita e recursos de acessibilidade, o projeto reúne três artistas locais em uma criação que dialoga com pesquisas de arte contemporânea desenvolvidas desde a década de 1970, mas ainda pouco difundidas fora dos grandes centros urbanos.
Na apresentação, a bailarina Bel Droppa terá seu corpo digitalmente mapeado por equipamentos programados pelo artista sonoro Marcelo Bressanin. Enquanto DJ Ding manipula sonoridades por processos de discotecagem digital, os movimentos coreográficos de Bel geram, em tempo real, uma segunda camada de áudio sobreposta à música, transformando o corpo em dispositivo e instrumento.
“A performance hibridiza linguagens como dança contemporânea, djing, arte sonora e arte em meios tecnológicos, configurando uma experiência imersiva e multissensorial, configurando uma experiência imersiva e multissensorial”, explica Bressanin, também produtor artístico da iniciativa. Ding explica que djing (pronuncia-se "didjêin") é a arte de manipular e mixar músicas, feita por DJs, usando equipamentos como toca-discos, CDJs, controladores digitais ou softwares.
As experiências em arte contemporânea que discutem as relações entre corpo, movimento e dispositivos tecnológicos tiveram origem na década de 1970, sobretudo no campo das artes visuais e da performance, mas ainda permanecem distantes do grande público, ocupando um circuito restrito de galerias e centros culturais, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Segundo Bressanin, no Brasil, essas manifestações concentram-se em grandes capitais, com muito pouca ou nenhuma capilaridade para o interior do país. “Neste sentido, o projeto "corpo_tecno_sonoro" surge justamente para democratizar o acesso a essas linguagens experimentais”, afirma Bressanin.
A apresentação contará com audiodescrição realizada por profissional especializada por meio de sistema de rádio transmissão, com dez vagas disponíveis por ordem de chegada. No dia seguinte, 30 de outubro, também às 20h e no mesmo local, acontece uma aula aberta ao público na qual os três artistas comentarão o processo de desenvolvimento da obra, com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Sobre os artistas
Bel Droppa é bailarina-intérprete, coreógrafa e arte-educadora. Ministra aulas de dança para crianças e adultos há mais de dez anos em Bauru, região e São Paulo. Foi bailarina do primeiro elenco da Cia Estável de Dança, por quatro anos, e estagiou na companhia de Balé de Flensburg, na Alemanha. É idealizadora do Espaço Coletivo Vila, onde desenvolve abordagem somática que integra todos os aspectos que envolvem o ser humano, cultivando um olhar sensível para si e para o outro.
DJ Ding atua como artista e produtor cultural em Bauru e região desde 2015. Dedicado a projetos em diversas linguagens (música, artes visuais, teatro, dança, arte urbana), tem pesquisa voltada às manifestações da cultura hip hop em seus vários segmentos. Foi contemplado em diversas edições do ProAC Editais, além de editais municipais e federais, como as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Como artista, transita entre produção musical, djing, ilustração e grafite.
Marcelo Bressanin é artista sonoro, produtor cultural e curador. Participou de programas de residência artística e exposições coletivas como "Fósseis Urbanos: das condições para a sobrevivência da memória" (2024), "Aproximações: diálogos contemporâneos com o acervo do Museu de Arte Osório Cesar" (2023), "Em Residência: Bauru" (2020), além de residências e mostras no Chile, Argentina e outras cidades brasileiras.
SERVIÇO
Projeto cultural: “corpo_tecno_sonoro”
Local: Centro Cultural Carlos Fernandes Paiva
Endereço: Av. Nações Unidas, Quadra 8-9, Centro, Bauru-SP
Performance inédita: quarta-feira, 29 de outubro de 2025, às 20h, no Auditório do Centro Cultural Carlos Fernandes Paiva (Teatro Municipal de Bauru). A atividade contará com audiodescrição (dez vagas, por ordem de chegada). Entrada gratuita.
Aula aberta: quinta-feira, 30 de outubro de 2025, às 20h, no Auditório do Centro Cultural Carlos Fernandes Paiva (Teatro Municipal de Bauru). A atividade contará com interpretação em Libras. Entrada gratuita.