O kombucha deixou de ser uma bebida alternativa e passou a ganhar espaço em cafeterias, supermercados e cozinhas domésticas. O sucesso se deve ao interesse crescente por opções naturais que prometem bem-estar e fortalecem a microbiota intestinal. A tendência foi destacada em reportagem do jornal El Tiempo.
Feito a partir da fermentação de chá adoçado com uma colônia simbiótica de bactérias e leveduras - conhecida como SCOBY -, o kombucha resulta em uma bebida levemente gaseificada, rica em ácidos orgânicos e probióticos.
Segundo especialistas, o processo envolve microrganismos que produzem compostos com potenciais efeitos antioxidantes, antibacterianos e imunomoduladores.
Esses microrganismos podem ajudar a equilibrar a flora intestinal, melhorar a digestão e fortalecer o sistema imunológico, com efeitos semelhantes aos de outros probióticos naturais. as nutricionistas alertam que as evidências científicas ainda são limitadas e baseadas, em grande parte, em estudos preliminares.
COMPLEMENTO
O kombucha não substitui os suplementos probióticos, mas pode atuar como complemento. Enquanto os suplementos oferecem cepas específicas e doses controladas, a bebida fornece uma combinação natural de microrganismos, ácidos e antioxidantes.
Versões caseiras permitem controlar o açúcar e variar os sabores, mas exigem cuidado rigoroso para evitar contaminação.
Na hora da compra, o ideal é observar se o produto contém culturas vivas e não possui excesso de açúcar. As versões não pasteurizadas mantêm microrganismos ativos, enquanto as pasteurizadas - mais seguras para certos grupos - eliminam esses organismos.
Embora possa ser uma alternativa saudável para reduzir o consumo de bebidas açucaradas, o kombucha não é indicado para pessoas imunocomprometidas, gestantes, lactantes, crianças pequenas ou quem tem problemas no fígado ou nos rins.
O consumo exagerado pode causar desconfortos como náusea, dor abdominal e tontura. O recomendado é começar com meia xícara por dia e não ultrapassar 355 ml diários.
Ingredientes
Água
Chá preto ou verde (de preferência, folhas soltas)
Açúcar branco
SCOBY
Líquido inicial (kombucha já fermentado)
Utensílios
Panela de aço inoxidável para ferver a água
Peneira de malha fina (não metálica)
Recipientes de vidro de boca larga ou material não reativo
Pano de algodão, gaze ou papel-toalha e elástico
Garrafas de vidro com tampas herméticas
Colheres ou espátulas de madeira ou silicone
Preparo
Ferva e deixe o chá em infusão: aqueça a água a 80-100°C, adicione as folhas de chá e o açúcar (proporção: 0,5% de chá e 5-7% de açúcar). Deixe em infusão por 10 a 15 minutos. Ervas, especiarias ou frutas podem ser adicionadas para personalizar o sabor.
Retire as folhas de chá com a peneira e deixe esfriar até a temperatura ambiente. Transfira a mistura para um recipiente de vidro, adicione o SCOBY e o fermento biológico. Cubra com um pano e prenda com um elástico.
Mantenha o frasco em local limpo e seco, longe da luz direta e a uma temperatura de 20 a 30°C. O tempo de fermentação é de 7 a 14 dias, dependendo do sabor desejado. Um tempo menor resultará em um sabor mais doce, enquanto um tempo maior resultará em um sabor mais ácido.
Sinais de que está pronto: sabor azedo e levemente efervescente, nova camada de SCOBY na superfície e cheiro avinagrado, porém agradável. Se aparecer mofo (manchas verdes, pretas ou brancas com textura peluda), a mistura deve ser descartada.
É essencial lavar as mãos, higienizar os utensílios, usar água fervida e evitar o contato com restos de comida. O recipiente deve ser coberto com um pano respirável para permitir a circulação do ar, mas evitar a entrada de poeira ou insetos. Manter o pH abaixo de 4,5 reduz o risco de bactérias patogênicas. Depois de pronto, deve ser armazenado em recipientes de vidro e mantido refrigerado entre 4°C e 5°C.