13 de dezembro de 2025
HISTÓRIA MACABRA

Caso Claudia: do sumiço à condenação — a cronologia de um crime

Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Claudia e Roberto eram amigos e aliados

O caso da morte da ex-secretária da Apae Claudia Lobo, em Bauru, que resultou na condenação do ex-presidente da entidade Roberto Franceschetti a 22 anos e 6 meses de prisão é um dos episódios criminais mais marcantes da cidade nos últimos tempos, revelando uma trama de corrupção, manipulação e violência fatal.

O desaparecimento

Claudia Lobo, de 52 anos, funcionária da Apae de Bauru, desapareceu em 6 de agosto de 2024. Ela havia saído do escritório da Apae dirigindo um carro modelo Chevrolet Spin, pertencente à instituição, e não voltou mais. O sumiço mobilizou familiares, amigos e colegas de trabalho, que passaram a divulgar sua foto e apelar por informações.

As primeiras suspeitas

Nos dias seguintes, a Polícia Civil iniciou as investigações. O carro da Apae foi encontrado abandonado na Vila Dutra, e as circunstâncias chamaram atenção dos investigadores. Aos poucos, depoimentos e evidências começaram a apontar para o envolvimento de pessoas ligadas à Apae.

A investigação e as prisões

O inquérito foi conduzido pela Delegacia de Homicídios da Deic, sob comando do delegado Cledson Nascimento. Durante as apurações, a polícia investigou Roberto Franceschetti e Dilomar Batista, ex-funcionário da entidade, acusado de ajudar a ocultar o corpo. Ele alegou que agiu sob coação de Franceschetti, a quem considerava amigo e superior hierárquico.

Ossos seriam dela?

Em setembro de 2024, fragmentos de ossos humanos foram encontrados em uma área rural de Bauru, conhecida como campo do Ditinho, após informações prestadas por Dilomar. Exames periciais não conseguiram confirmar que os restos mortais eram de Claudia Lobo.

Denúncia e acusação formal

O Ministério Público denunciou Roberto Franceschetti por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima —, além de ocultação de cadáver. Dilomar Batista foi acusado de ocultação de cadáver e coautoria no crime.

O julgamento

O Júri Popular teve início em 9 de outubro de 2025, no Fórum de Bauru. Ao longo dos dois dias de sessão, passaram pelo plenário testemunhas, peritos, delegados e os próprios réus, em um julgamento acompanhado de perto por familiares e pela imprensa local.

A Promotoria reafirmou a apuração da Polícia Civil, de que Franceschetti mandou matar Claudia para impedir, possivelmente, que ela revelasse um esquema de desvio de recursos da Apae. Já as defesas tentaram desvincular os acusados, alegando ausência de provas diretas, falhas na condução das investigações e coação psicológica sobre Dilomar.

A condenação

Na noite desta sexta-feira (10/10), o Conselho de Sentença se reuniu para definir o veredicto da condenação. A pena anunciada pelo juiz Jair Antônio Pena Junior, da 1.ª Vara Criminal de Bauru, é de 22 anos e 6 meses de prisão para Roberto Franceschetti e de 1 ano e 6 meses para Dilomar Batista. A decisão marca o desfecho de um caso que expôs bastidores sombrios de poder e manipulação dentro de uma instituição filantrópica reconhecida na cidade e região.