07 de dezembro de 2025
JÚRI DO CASO CLAUDIA

Delegado afirma ao Júri que crime de Claudia foi premeditado

Bruno Freitas
| Tempo de leitura: 2 min
Bruno Freitas
Delegado Cledson Nascimento ao chegar ao Fórum

O julgamento de Roberto Franceschetti, acusado de matar a secretária da Apae Claudia Lobo, começou nesta quinta-feira (9) no Tribunal do Júri de Bauru com a retomada de detalhes sobre a fase de investigação do caso. Logo no início da sessão, o delegado Cledson Nascimento, responsável pelo inquérito, relatou aos jurados que, segundo Dilomar Batista — acusado por ocultação de cadáver —, foi o próprio Roberto quem teria carregado o corpo de Claudia, envolto em um tapete, e o jogado em um buraco em uma área próxima a um campo de futebol, na rodovia Bauru-Iacanga. Disse também que as apurações revelaram a premeditação do crime.

O delegado foi o primeiro a prestar depoimento e fez uma ampla contextualização do processo, descrevendo as etapas da investigação que levaram à denúncia do crime. De acordo com ele, as informações dadas por Dilomar ajudaram a reconstruir a dinâmica do ocultamento do corpo e reforçaram a suspeita sobre a participação direta de Franceschetti.

Durante a oitiva, o comportamento dos réus também chamou a atenção no plenário. Dilomar permaneceu com o olhar fixo, acompanhando atentamente o depoimento, enquanto Roberto manteve-se de cabeça baixa durante a maior parte do tempo, evitando contato visual com os presentes.

Nascimento ainda apresentou aos jurados trechos da análise de mensagens trocadas entre a vítima e o acusado, destacando que Roberto costumava deletar as conversas, enquanto Claudia as mantinha arquivadas. Essa diferença permitiu à polícia identificar uma relação de forte admiração e apego por parte da secretária. Segundo o delegado, não havia registro de ameaças, brigas ou discussões entre eles por meio de mensagens.

Ao ser questionado sobre a motivação do crime, Cledson Nascimento reiterou o entendimento de que houve premeditação, mas evitou cravar uma causa. Ele lembrou que, nas entrevistas concedidas durante a investigação, havia mencionado uma possível disputa de poder como pano de fundo, mas que, em juízo, preferiu destacar: “Só o próprio autor pode revelar a real motivação.”

A defesa de Roberto Franceschetti concentrou sua atuação em contestar as conclusões da investigação policial, apontando supostas falhas na condução do inquérito.

O júri prossegue no Fórum de Bauru com a oitiva de outras testemunhas e, posteriormente, os interrogatórios dos réus. O caso, que chocou a cidade, volta a ser reconstituído agora sob o olhar dos sete jurados que decidirão o destino de Franceschetti.

O JCNET acompanha o julgamento no Fórum, mas não é possível fazer imagens no interior do Salão do Júri.