Nessa altura do campeonato, a maioria dos brasileiros já está ciente das alterações propostas pelo Ministério dos Transportes para retirar a habilitação.
A ideia principal é eliminar a obrigatoriedade de que os postulantes à CNH — sonho da maioria dos jovens ao completarem 18 anos — procurem autoescolas para se habilitarem a dirigir.
Se aprovada a mudança, os candidatos poderão escolher contratar instrutores autônomos, credenciados pelo Detran, para as aulas práticas, e realizar as aulas teóricas via EAD.
A título de informação, na maioria dos países europeus, o tempo médio para retirar uma habilitação é de 6 meses — um tempo mais que necessário para treinamento teórico, prático e acompanhamento pelas autoridades competentes.
Entregar a uma pessoa inexperiente no trânsito um “green card” de motorista é coisa séria. Nossos hospitais, o setor de benefícios do INSS e os cemitérios estão lotados de pessoas vítimas de acidentes.
Tem também o lado econômico: diferente do custo final da CNH, no Brasil temos mais de 30 mil instrutores — 5 mil só no Estado de São Paulo — que fatalmente ficarão desempregados. Alguns até poderão se credenciar futuramente, mas, no geral, o desemprego será grande. Situação semelhante vivenciamos com os despachantes décadas atrás.
Como tudo na vida, a maioria das coisas tem o lado bom e o ruim. Nesse caso, o lado bom é que o custo de uma CNH com as novas regras será bem menor, com a retirada da obrigatoriedade de um mínimo de 20 horas-aula práticas e da frequência presencial em Centros de Formação.
A dúvida que fica é: “Será que uma vida perdida vale essa economia?” Com a palavra, nossos “especialistas” de plantão que estão propondo essas mudanças.