"Nosso objetivo é tirar as pessoas da invisibilidade social, trazê-las para o mundo visível e, assim, alcançar a inclusão plena". Foram com essas palavras que Manuel Messias Mello, leão bauruense e ex-diretor do Lions Internacional para América Latina e Caribe, celebrou a mudança de endereço do Lar Escola Santa Luzia Para Cegos à nova sede situada na rua Gustavo Maciel, 4-65, Centro (esquina com a rua Marcondes Salgado), em Bauru.
A cerimônia que marcou o início das atividades no novo prédio reuniu representantes da entidade voltada à inclusão de pessoas com deficiência visual, o Lions Clube Bauru e parlamentares, na manhã desta sexta-feira (19), no novo endereço. Inaugurado em 2024, o espaço só foi ocupado neste ano devido a questões como aquisições para o novo imóvel e alvará, informou a presidente do lar, Nilce Regina Copasso Canavesi.
"Atualmente assistimos 88 pessoas, entre crianças, adultos e idosos. Com o prédio ampliado, salas equipadas e um bom arranjo de profissionais, nossa expectativa é atender até mais que o dobro de pessoas", afirmou a presidente. Por 27 anos, os trabalhos foram realizados no imóvel situado na avenida Castelo Branco, 24-9, na Vila Ipiranga.
"Sempre batalhamos pela nova sede, foi uma luta que marcou muitas histórias de vida. Somos muito gratos pela Lions e por mais pessoas acreditarem no nosso trabalho", destaca Nilce. Agora, a estrutura conta com dois andares e diversas salas equipadas para atividades de artes manuais, goalball, terapia ocupacional, aprendizado de braile, entre outras.
As obras foram viabilizadas com recursos provenientes do Lions Internacional e Lions Clubes de Bauru, que investiu mais US$ 134 mil, aportes da Justiça do Trabalho e Ministério Público do Trabalho de Bauru e emendas parlamentares, conforme noticiado à época pelo JC.
De acordo com Messias, somando infraestrutura e recursos de parcerias, foram aportados cerca de R$ 4,5 milhões para as novas instalações. Iniciativas privadas locais, como Tauste Supermercados e Grupo Ecoart também contribuíram. "A ideia da modernização é garantir aos alunos o excepcional, que é o acolhimento, a convivência e a orientação", conclui a presidente.
Solange Aparecida Benício Orestes, também conhecida como "Sol", é uma das alunas beneficiadas. Artesã de bordado de chinelos e pessoa com deficiência visual, foi no Lar que ela encontrou espaço para seu desenvolvimento pessoal. "Aqui todos somos iguais e bem tratados, sem preconceito. Mesmo sem enxergar, tenho os olhos das pessoas que me orientam. É a minha segunda casa", relata.
Ela já chegou a ser homenageada na Câmara Municipal de Bauru pelo Conselho da Comunidade Negra e Secretaria de Cultura, valorizando a contribuição de mulheres negras na sociedade. "Mas não sou só eu, aqui dentro temos muitos talentos e funcionários dedicados, com amor no que fazem", finaliza.