A Prefeitura de Bauru suspendeu, a partir desta terça-feira (16), o atendimento em horário estendido nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Bela Vista, Geisel, Mary Dota e Independência. Com isso, essas unidades deixam de funcionar das 19h às 23h nos dias úteis e das 8h às 18h aos sábados, até que o impasse com a Organização Social Mahatma Gandhi, responsável pelas equipes médicas no período, seja resolvido.
Durante o horário regular, até as 19h, o atendimento nas UBSs segue normalmente.
Para minimizar os impactos à população, a Secretaria Municipal de Saúde informou que irá reforçar as escalas médicas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Bela Vista, Geisel/Redentor e Ipiranga. Um médico clínico adicional será alocado nos períodos de maior movimento, garantindo maior agilidade no atendimento enquanto o funcionamento ampliado das UBSs estiver suspenso.
Já as Unidades de Saúde da Família (USFs) do Jardim Godoy, Santa Edwirges, Vila São Paulo e Vila Dutra continuam com atendimento até às 22h nos dias úteis, com vacinação disponível até às 21h para toda a população.
A suspensão do atendimento noturno nas UBSs ocorre em meio à crise envolvendo a OS Mahatma Gandhi, alvo de intervenção judicial. A Prefeitura de Bauru informou ter enviado um ofício à 2ª Vara Criminal de Catanduva, responsável pela intervenção na entidade, relatando o descumprimento de plantões médicos devido à falta de pagamento de salários, encargos e fornecedores.
O município afirma que, desde o início da crise, solicitou à entidade interventora uma decisão judicial que autorize o pagamento direto aos profissionais afetados. Até o momento, nenhuma autorização legal foi recebida, o que impede repasses diretos por parte da prefeitura, sob risco de infração à legislação vigente.
No modelo atual, a OS Mahatma Gandhi atua exclusivamente nas UBSs citadas, somente no período de horário estendido. O contrato não inclui a atuação nas UPAs, que seguem sob gestão direta do município.
A administração municipal reforça seu compromisso com a manutenção dos serviços públicos de saúde e aguarda orientação expressa da Justiça sobre como proceder diante da situação, incluindo a possibilidade de encerrar o contrato com a OS se necessário.