Plagiando o título do livro do grande poeta Affonso Romano de Sant' Anna, "Que país é este?", volto a escrever nessa manhã de 8 de setembro, após acompanhar o dia 7 de setembro macabro, quando vejo a bandeira dos Estados Unidos estendida em uma passeata em São Paulo (que não merece isso).
Como se não bastasse esse show de horrores, várias bandeiras de Israel estavam tremendo.
Que país é este?
Será que a nossa Bandeira não vale mais nada?
Vejo a bandeira dos EUA reverenciada no dia 7 de setembro, dia da Independência (????) do Brasil. Volto a repetir, pois não é preciso esforço intelectual extraordinário para perceber que estamos caminhando para um abismo jurídico, onde a principal questão é a anistia ampla geral e irrestrita.
A anistia é uma anomia social onde os extremistas são convictos e oportunistas. Nem mesmo as lágrimas da Michele convencem.
Eles pedem anistia debaixo da bandeira dos EUA . Eles pedem anistia em um país de síndicos cínicos em geral, com seus aptos de 420 m2, com 3 piscinas e 4 quadras de tênis, perto do shopping e mini mercado.
Estamos neste 7 de setembro vivendo em um país desconjuminado. Somos um país de indígenas perdidos. De pobres perdidos e jogados nas ruas. De políticos perdidos. De trabalhadores perdidos.
De professores de humanas perdidos nessa tecnologia perigosa e irresistível às IAs, robôs, fakes news e muita desolação e mentiras.
Eu passei 54 anos lecionando História do Brasil e Atualidades para alunos em escolas particulares e estaduais. De classes de 20 a 120 alunos.
Fui honesto, ético e cumpri com meu dever; fui respeitoso com e pelos valores nacionais. Acredito que fui um bom professor.
Dentro do 1/3 que me resta de vida, eu não posso aceitar essa situação, essa barbaridade jurídica que estão pedindo. Leio e releio os exegetas de plantão, quanto mais leio mais nervoso fico. Insisto?
Deve ser um mal desses 25 anos do século XXI. Isso se não for um mal de vista, então preciso consultar meu sobrinho dr. Fabiano Neves.
A verdade, caros leitores, a maneira com que eu vejo é um país com uma dissonância cognitiva alarmante.
Onde está o país do 7 de setembro de passado recente?
Afinal, não ter um país "a esta altura da vida, a esta altura da história, a essa altura de mim é o que pode haver de mais desolador".