05 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Alguém lembra do rombo no INSS?

Por Roberto Valin - Jornalista |
| Tempo de leitura: 1 min

A criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes no INSS não poderia ser mais urgente. Estamos diante de um crime bilionário contra quem mais precisa do Estado: aposentados, pensionistas e pessoas com deficiência. Descontos ilegais vinham sendo feitos diretamente nos benefícios, sem consentimento ou sequer aviso, corroendo o sustento de famílias inteiras.

Desde o início, o governo tentou barrar essa investigação — primeiro resistindo à CPMI, depois tentando indicá-la como uma comissão de fachada, uma "pizza". Mas, com apoio de parlamentares independentes, ele perdeu esse controle e foi eleito um relator comprometido com a verdade.

Rapidamente, descobriu-se que o esquema não se restringe a descontos associativos: empréstimos consignados também estão no radar, com valores ainda maiores envolvidos. E a maior ironia: a devolução aos prejudicados seria feita com dinheiro público — ou seja, os cidadãos ressarciriam a si mesmos.

Outro ponto delicado é o papel de entidades e sindicatos historicamente ligados à esquerda, como o Sindnapi — cujo vice-presidente é irmão do presidente Lula — que, segundo indícios, podem estar no centro da fraude. O que causa ainda mais estranheza é a tentativa de blindar essas organizações nas investigações.

A CPMI precisa atuar com firmeza e independência. Tem o papel de ser a voz de quem foi silenciado, de exigir respostas e punições, e de garantir que nunca mais os impostos pagos à Previdência sirvam para reparar um golpe que nunca deveria ter acontecido.

Neste momento, não se trata apenas de parlamentarismo ou retórica: trata-se da dignidade dos aposentados. O Brasil precisa, com urgência, mostrar que ainda há compromisso com a justiça e que crimes contra os mais vulneráveis não serão tolerados.