A taxa média de juros do crédito consignado ao setor privado, com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foi de 3,75% ao mês em julho, segundo o Banco Central (BC). O resultado representa uma queda marginal em relação a junho, quando a taxa era de 3,79% ao mês. O patamar ainda é o dobro da registrada no crédito com desconto em folha para aposentados (1,82% ao mês) e servidores públicos (1,85% ao mês) no mesmo período. Levantamos também a taxa de juros de outras linhas de crédito em julho: crédito pessoal não consignado: 6,14% ao mês; cheque especial das pessoas físicas: 7,33% ao mês; cartão de crédito rotativo: 15,21% ao mês. Taxas nas alturas.
Economia dá sinais de desaceleração: emprego formal em queda
A economia brasileira gerou 129,8 mil empregos formais em julho deste ano, informou o Ministério do Trabalho e do Emprego. Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em julho: 2,25 milhões de contratações; 2,12 milhões de demissões. O resultado representa queda de 32% em relação a julho do ano passado, quando foram criados cerca de 191,4 mil empregos com carteira assinada. Esse também é o pior resultado para meses de julho desde 2020, ou seja, em cinco anos. Veja os resultados para os meses de julho: 2020: 108,5 mil vagas fechadas; 2021: 306,9 mil empregos criados; 2022: 225,4 mil vagas abertas; 2023: 142,2 mil vagas abertas.
Queda de 10,3% no acumulado do ano
De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,35 milhão de empregos formais foram criados no país no de janeiro a julho deste ano. O número representa queda de 10,3% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram abertas 1,5 milhão de vagas com carteira assinada. Essa foi a menor geração de empregos para os seis primeiros meses de um ano desde 2023, quando foram abertas 1,17 milhão de vagas formais. Ao fim de julho de 2025, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 48,54 milhões de empregos com carteira assinada. O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.277,51 em julho deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a junho de 2025 (R$ 2.283,15). Na comparação com julho do ano passado, também houve recuo no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.278,58.
Contas do governo tem déficit em julho
As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 59,12 bilhões em julho, informou Tesouro Nacional. O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo. Se as receitas excedem as despesas, o resultado é um superávit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública. O resultado representa uma piora em comparação com julho do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 9,33 bilhões (corrigido pela inflação). Esse foi o pior resultado, para meses de julho, desde 2020, quando, por conta de despesas extraordinárias da Covid-19, o rombo fiscal somou R$ 120,56 bilhões. Também foi o segundo pior resultado para esse mês da história, perdendo somente para 2020 (por conta da pandemia). A série histórica do Tesouro tem início em 1997.
Os motivos do déficit
De acordo com o Tesouro Nacional, o alto déficit registrado nas contas do governo em julho está relacionado, entre outros fatores, com a concentração no pagamento de despesas judiciais, que somaram R$ 35,6 bilhões no mês passado. Em 2024, por exemplo, os valores dos precatórios se concentraram em fevereiro. Os números mostram que a receita líquida (após transferências aos estados e municípios) subiu 3,9% em termos reais em julho, atingindo R$ 201,2 bilhões - impulsionada pela arrecadação recorde no período (que contou com a alta do IOF). Ao mesmo tempo, também foi registrado aumento de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024. As despesas totais somaram R$ 260,3 bilhões em julho, com uma alta real de 28,3% (pressionadas pela concentração de precatórios).
Acumulado do ano
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram um déficit de R$ 70.27 bilhões, segundo dados oficiais. Nos sete primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 1,33 trilhão. Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 1,41 trilhão de janeiro a junho deste ano, com uma queda real de 2% no período. Lembrando que a meta fiscal para este ano é ter déficit zero ou no máximo R$ 31 bilhões (0,25% do PIB). Preocupante.
Mude já, mude para melhor!
É profundamente lamentável quando não se reconhece os verdadeiros realizadores, pois negar o mérito de quem constrói é também negar a própria verdade dos resultados alcançados. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!