Uma pesquisa publicada na revista Health Data Science está desafiando o antigo dogma das "oito horas diárias de sono". O estudo, que monitorou 88.461 adultos por quase sete anos, aponta que a regularidade do sono - manter horários consistentes para dormir e acordar - pode ser mais crucial para a saúde do que a simples quantidade de horas dormidas.
A análise, que utilizou dados do Biobank do Reino Unido, examinou seis elementos do sono e concluiu que padrões de sono irregulares estão associados a um risco maior de desenvolver até 172 doenças. Curiosamente, essa irregularidade foi ligada a quase metade dessas condições, triplicando o número de doenças associadas à duração do sono ou ao horário de dormir.
O estudo também revelou associações surpreendentes:
Outras condições ligadas à irregularidade incluem hipertensão, DPOC, insuficiência renal aguda e depressão.
O estudo também desmistificou a ideia de que dormir demais (nove horas ou mais) é prejudicial. Os dados mostraram que o sono excessivo está associado a apenas uma única doença. A confusão parece ter origem na percepção: 21,67% dos participantes que relataram dormir mais de nove horas na verdade dormiam menos de seis.
Ou seja, o problema não era o excesso de sono, mas a percepção equivocada de um descanso eficaz. Essa descoberta sugere que estudos anteriores, baseados apenas em relatos subjetivos, podem ter distorcido a realidade.
Em resumo, a pesquisa reforça que a regularidade é fundamental. "É hora de ampliar nossa definição de sono de qualidade para além da mera duração", afirmou Shengfeng Wang, principal autor do estudo, destacando a necessidade de priorizar horários consistentes de sono e vigília para uma saúde melhor.