No dia 1 de agosto de 1896, Bauru se transformava em município. Hoje, 129 anos depois, com cerca de 400 mil habitantes, a cidade enfrenta desafios que coexistem com potencialidades. Temos uma cidade fascinante em muitos aspectos e decepcionante em vários outros. Mas que segue em franco crescimento, com média de 0,82?% de expansão populacional ao ano (período de 2010 a 2022), acima das médias do Estado (0,62%) e do País (0,52%).
Portanto, é preciso que o poder público tenha a capacidade de acompanhar essa evolução e dar respostas à altura, o que não tem acontecido com as últimas gestões municipais. Crescimento tem de ser acompanhado por desenvolvimento econômico, social, cultural e, enfim, de qualidade de vida.
Há sérios atrasos e falhas lamentáveis em obras estruturantes, como a inacabada Estação de Tratamento de Esgoto (ETE); a revitalização do Centro da cidade, que nunca saiu do papel; a macrodrenagem urbana para conter enchentes que só existe em intenções; o abastecimento de água ainda não garantido para pelo menos 23% da cidade que dependem do Rio Batalha; a expansão do parque industrial, que encolheu nos últimos tempos; a ausência de serviços de saúde e educação dignos; a iluminação deficiente e a falta de equipamentos eletrônicos que ajudem na segurança das ruas e propriedades públicas e privadas; a falta de um novo Plano Diretor, de Lei de Zoneamento Urbano e de equipamentos públicos de cultura, esportes e lazer, entre outros.
Basta de intenções que nunca se materializam e de projetos que não se concretizam, muitas vezes por falta de competência gerencial!
Com tudo isso, Bauru segue com a oportunidade e a responsabilidade de romper com seguidos ciclos de estagnação e retrocessos.
Certamente, cidade que todos desejam é aquela onde as políticas públicas sejam consistentes e atendam a todos, do Centro ao mais distante dos bairros.
Uma cidade com políticas urbanísticas atualizadas, planejamento inteligente, mais verde, infraestrutura de qualidade e participação cidadã real.
Um lugar onde todos — e não apenas uma minoria — possam viver com dignidade, oportunidades e orgulho de chamar a cidade de 'nossa', com resgate de nossa autoestima enquanto cidadãos bauruenses.