05 de dezembro de 2025
ECONOMIA

Selic mantida em 15% ao ano


| Tempo de leitura: 4 min

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa de juros básica, a Selic, em 15% ao ano, pondo fim a um ciclo de alta que começou em setembro e durou sete reuniões. A decisão unânime já havia sido sinalizada pelos próprios diretores do Banco Central em junho e era esperada pela ampla maioria dos agentes do mercado financeiro. O colegiado do BC explicou que, em se confirmando o cenário esperado, "o Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta". Na avaliação do cenário externo, o Copom comentou que ele está mais adverso e incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos.

Juros também mantidos inalterados nos EUAs

O Federal Reserve (Fed) manteve as taxas de juros, em uma decisão dividida que deu pouca indicação de quando os custos dos empréstimos poderiam ser reduzidos e atraiu a discordância de dois integrantes do comitê do Banco Central dos EUA, ambos indicados pelo presidente Donald Trump, que concordam com ele que a política monetária está muito restritiva. "A taxa de desemprego permanece baixa e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação permanece relativamente elevada", afirmou o Banco Central americano em um comunicado de política monetária divulgado após o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) votar por 9 a 2 para manter sua taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50% pela quinta reunião consecutiva.

Nada muda internamente

Com a manutenção dos juros tanto aqui como nos Estados Unidos, nada muda para os agentes superavitários (que possuem sobras de recursos) e nem para os agentes deficitários (que têm falta de recursos). A renda fixa continua sendo atrativa para quem vai aplicar e a taxa de juros de financiamentos e empréstimos continuarão elevados.

Falando em juros

A taxa média de juros na linha de crédito consignado ao setor privado, com garantia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), somou 3,79% ao mês em junho, informou o Banco Central (BC. Com isso, houve um pequeno aumento na comparação com maio, quando a taxa estava em 3,75% ao mês. O patamar ainda é o dobro registrado no crédito com desconto em folha de pagamento aos aposentados (1,83% ao mês) e aos servidores públicos (1,84% ao mês) no mês passado. Essas são as médias de juros praticados em junho. Crédito pessoal não consignado: 6,32% ao mês; cheque especial das pessoas físicas: 7,47% ao mês; cartão de crédito rotativo: 15,11% ao mês. O Banco Central divulga um ranking com as taxas de juros listando os bancos considerando o período entre 8 e 14 de julho. As taxas começam em 1,48% ao mês, sendo a maior de 7,05% ao mês. As taxas médias mostradas pelo BC não significam que esse será o juro obtido pelos trabalhadores nos bancos. Isso vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base na garantia ofertada, seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores.

Dívida Pública

As contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 47,1 bilhões em junho deste ano, informou o Banco Central (BC). O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se o contrário acontece, o resultado é de superávit primário. O resultado não leva em conta o pagamento dos juros da dívida pública, e abrange o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais. Esse foi o pior resultado, para junho, desde 2023, mês em que houve um déficit de R$ 48,9 bilhões. Os valores não foram ajustados pela inflação. Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta - no conceito conhecido como resultado nominal, utilizado para comparação internacional -, houve déficit de R$ 108,1 bilhões nas contas do setor público em junho. No acumulado em doze meses até junho, foi registrado um resultado negativo (déficit) de R$ 894 bilhões, ou 7,3% do PIB. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores. A dívida do setor público consolidado registrou alta de 0,5 ponto percentual em junho, atingindo 76,6% do PIB - o equivalente a R$ 9,38 trilhões.

Inflação do aluguel

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), conhecido como inflação do aluguel, apresentou uma desaceleração na queda em julho de 2025, recuando 0,77%, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse resultado ficou abaixo da expectativa de analistas, que previam uma queda mais acentuada de 0,90%. Com essa variação, o índice acumula alta de 2,96% nos últimos 12 meses, refletindo a dinâmica dos preços ao produtor, ao consumidor e da construção civil no país. Assim, os aluguéis de agosto que utilizam esse indexador serão reajustados em 2,96%.

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