17 de dezembro de 2025
LUTO

Morre bebê de Bauru que precisou de vaquinha para tratamento

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Redes Sociais
Agnes Vitória Tomé Neves nasceu com Síndrome da Hipoventilação Central Congênita

Depois de seis meses de muita luta, morreu no final da tarde da última quinta-feira (26) a pequena Agnes Vitória Tomé Neves. A bauruense, que nasceu em 17 de dezembro de 2024 na Maternidade Santa Isabel, estava internada na enfermaria do Hospital das Clínicas de Botucatu (a 100 quilômetros de Bauru), onde sofreu uma parada cardiorrespiratória. Antes de receber os cuidados médicos no local, a família iria transferi-la para um hospital da Capital paulista. Por essa razão, promoveu uma ‘vaquinha’ para custear a viagem, o que fez com que o caso ficasse conhecido na cidade.

“Foi a pior coisa que eu vi na minha vida”, contou a mãe, Vitória Priscila Felipe Tomé, 21 anos, ao descrever o momento em que entrou no quarto da enfermaria e encontrou a própria mãe deitada no chão, com a neta — sua filha única — já sem vida no colo. O bebê foi sepultado na manhã desta sexta-feira (27), no Cemitério do Jardim Redentor, sem nunca ter voltado para casa desde o nascimento.

A mãe, o pai, Carlos Eduardo Silva Neves, 19 anos, e as avós se revezavam para acompanhá-la em Botucatu. “Não vou me desfazer de nada. Vou deixar tudo do jeito que está”, afirmou Vitória. De acordo com ela, há cerca de três semanas, a família passou a aguardar uma vaga de internação em Bauru.

“Ela viria para o Centrinho (unidade do Hospital das Clínicas). Estávamos estudando com os médicos um jeito de, mais para frente, adaptar um quarto para ela em casa”, comenta a mãe, moradora do bairro Santa Fé.

Ela descreveu a gestação como perfeita, sem qualquer alteração, e se surpreendeu com os problemas da filha, que nasceu com insuficiência respiratória e intestino paralisado. “Agnes era um bebê muito esperado por todos. A gente não imaginava que isso fosse acontecer”, relatou Vitória em entrevista anterior.

Em decorrência da Síndrome da Hipoventilação Central Congênita (SHCC), ela nunca pôde amamentar a filha, que só se alimentava por sonda. Em março, a família conseguiu uma decisão da Justiça determinando que Agnes fosse levada ao Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, localizado em São Paulo. No entanto, por falta de vagas, a criança permaneceu em Botucatu.

Agora, a luta era para trazê-la de volta à cidade natal, onde a expectativa era de que a pequena pudesse sorrir com os olhos, como fazia, apesar de estar ligada a máquinas e cercada por tubos e fios.