Tanto em atendimentos ambulatoriais quanto em internações, o Hospital Regional de Jundiaí tem boa parte da demanda oriunda de fora da região. 44% dos pacientes que passam por consultas ou internações no local não são da Região Metropolitana de Jundiaí (Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Louveira, Cabreúva e Jarinu) e Itatiba. São pessoas principalmente de outras cidades do Departamento Regional de Saúde 7, de Campinas, ao qual a RMJ também pertence.
O Hospital Regional de Jundiaí foi inaugurado em 2014 com a proposta de atender a demanda de cirurgias eletivas, que até então eram feitas no Hospital São Vicente (HSV), que é um hospital de caridade. Na época, o intuito era justamente o de desafogar o HSV, atendendo ao antigo Aglomerado Urbano de Jundiaí, atual RMJ.
Dos 12.694 atendimentos ambulatoriais do Hospital Regional feitos no primeiro trimestre deste ano, 7.147 foram a pacientes da RMJ e Itatiba, o que representa cerca de 56%. Também no primeiro trimestre, a instituição fez 3.296 internações, das quais 1.848, ou 56%, foram de pessoas residentes na RMJ e Itatiba.
O município com maior número de atendimentos é Jundiaí, com 3.824 no período. Em seguida, aparecem Várzea Paulista (810) e Itupeva (715). Há cidades de fora da RMJ, porém, que tiveram mais atendimentos do que municípios da região. Louveira, cidade próxima de Campinas, mas que faz divisa com Jundiaí e pertence à RMJ, teve apenas 79 atendimentos no primeiro trimestre, enquanto Atibaia teve 851 e Bragança Paulista teve 606. A mesma tendência é observada em relação às internações no local.
De acordo com o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), que gere o HR de Jundiaí desde a inauguração da unidade, o hospital realiza, em média 4,2 mil atendimentos ambulatoriais por mês, contemplando especialidades como: Cirurgia Plástica, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Vascular, Ortopedia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Geral, Ginecologia, Otorrinolaringologia e Urologia.
Também são realizados cerca de 830 procedimentos cirúrgicos mensais, com distribuição entre cirurgias de baixa e média complexidade. A unidade atende atualmente 42 municípios, tais como Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Bragança Paulista e Atibaia. Os maiores volumes, segundo a IRSSL, estão concentrados nas cidades da RMJ.
No mês de abril deste ano, o vereador Edicarlos Vieira, presidente da Câmara Municipal de Jundiaí, propôs uma moção - aprovada pela casa - com apelo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para que o Hospital Regional de Jundiaí atenda prioritariamente aos municípios da RMJ e também Itatiba, que não pertence à RMJ, mas, segundo o documento, possui vínculo histórico, geográfico e assistencial consolidado com a rede de saúde de Jundiaí. A assessoria do vereador foi questionada e informou que ainda não há atualizações ou resposta à moção.
O Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês reitera que o Hospital Regional de Jundiai é um equipamento de gestão estadual, com regulação feita exclusivamente pela Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Portanto, qualquer mudança de perfil de atendimento (como restringir a entrada apenas a pacientes da RMJ) depende de diretrizes da própria Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, considerando critérios técnicos, epidemiológicos e regionais.
O Hospital Regional de Jundiaí possui equipe multiprofissional para atendimento ambulatorial em nove especialidades e de apoio às unidades de internação. A estrutura contempla: Centro Cirúrgico com 6 salas; hospital dia, composto por 10 leitos; unidades de internação, compostas por 40 leitos cirúrgicos, 10 leitos clínicos e 10 leitos de UTI Adulto; Central de Materiais Esterilizados (CME); ambulatório de especialidades médicas; Farmácia; Serviço de Nutrição e Dietética e Serviço de Apoio Diagnóstico. O Serviço de Apoio Diagnóstico é dotado de recursos materiais e humanos para exames de ultrassonografia, radiologia, tomografia computadorizada, laboratório de análises clínicas e agência transfusional e hemodinâmica.
O Hospital São Vicente (HSV) é referência em urgência e emergência para Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Cabreúva, Jarinu e Louveira. Em oncologia também inclui a população de Morungaba e Itatiba. A instituição é a única filantrópica de saúde do município e da região de saúde de Jundiaí habilitada pelo Ministério da Saúde nas áreas de Cardiocirurgia, Oncologia, Traumato-Ortopedia e Neurocirurgia. Com a assistência aos nove municípios, são feitos, mensalmente, mais de 40 mil atendimentos.
Compõe a estrutura do HSV: Pronto Socorro Adulto, oito enfermarias, sendo uma delas de Saúde Mental, e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Coronariana, Neurológica e Pós-Operatória (UPO), além da Semi-Intensiva (USI), totalizando 242 leitos, sendo 64 de UTI. A infraestrutura possui ainda oito salas cirúrgicas, serviço de hemodiálise, centro de hemodinâmica, Ambulatório de Ortopedia, serviço de diagnóstico por imagem e serviço de diagnóstico por exames clínicos. Além de um prédio externo que abriga o Ambulatório de Especialidades. O hospital também administra os Prontos Atendimentos Central, Hortolândia, Retiro e Ponte São João, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Serviço de Atendimento a Pacientes Especiais e Crônicos (Saec) e Estratégia Saúde da Família.