Volante com passagens por Palmeiras, Figueirense, Criciúma e Hannover-ALE, o experiente França, bauruense de 33 anos, recebeu no fim do ano passado um convite para defender o pequeno time do Laguna, SAF (Sociedade Anônima do Futebol) sediada em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, que então disputava a segunda divisão do Campeonato Potiguar.
Uma preocupação inédita que surgiu em um primeiro momento foi relacionada à alimentação, pelo fato de o Laguna ser o primeiro time de futebol profissional vegano do Brasil.
"Quando me fizeram a proposta de vir para o Laguna, na minha cabeça imaginava que a alimentação era só folha, por ainda não ter conhecimento a respeito. Venho de uma cultura onde a carne é a única fonte de proteína que o atleta precisa. Claro que, quando cheguei, vi que a comida é normal. Arroz, feijão, macarrão, mandioca, salada. A única coisa que não tem é a proteína de origem animal, mas tem a proteína de soja que, somada com outras suplementações, ajuda muito no dia a dia", afirmou o jogador.
Ele acrescentou que, ao passar a adotar a alimentação vegana, se adaptou mais rápido do que imaginava à dieta e sentiu que seu desempenho físico melhorou.
"Tenho me surpreendido com o que tenho feito dentro de campo. No ano passado, joguei todos os jogos e não sai nenhum minuto e, neste ano, está sendo a mesma coisa. A minha recuperação está sendo muito boa", afirmou França.
O resultado esportivo atribuído à alimentação vegana foi tão positivo que ele levou a dieta para além dos muros do clube e passou a seguir o cardápio sem proteína animal também em casa. O clube está classificado às semifinais, tendo pela frente o ABC, nos dias 8 e 15 de março.