Um sonho que estava na gaveta por 55 anos foi realizado no último sábado (4). Aos 72 anos, a bisavó Neide Freitas realizou o desejo de casar-se vestida de noiva. A festa finalmente saiu durante uma grande confraternização familiar planejada desde maio, que reuniu 123 pessoas no Buffet Espaço Berbel, em Bauru.
Apesar da sua união com Elisiário Freitas, de 76 anos, ter sido registrada em cartório, ela trazia dentro do peito a certeza de que um dia seria levada durante a "Marcha Nupcial". "Achava linda a ideia de casar vestida de noiva, mas não tinha condições, na época", lembra. Com apoio da família, ela conseguiu.
O casamento contou com bolo especial, madrinhas, padrinhos, família presente e um evangelista para oficializar a união. O cerimonialista, no caso, é o sobrinho do casal, Nivaldo Freitas, que também foi o idealizador da confraternização. Quando ele ainda estava organizando a festa, conversou com parentes mais velhos e descobriu sobre o sonho da tia. Logo, teve a ideia de unir as duas celebrações.
Nivaldo conta que a notícia do casamento empolgou todos os familiares, inclusive Elisiário. "Todo mundo quis participar. A tia Neide estava emocionada", destaca.
Neste ano, o casal comemorou Bodas de Ametista - 55 anos de casados. O organizador da confraternização conta que parte da família não se via desde a década de 80, então, foi uma oportunidade para um grande reencontro.
A FAMÍLIA FREITAS
"Sou de São Paulo, mas na infância sempre passava as férias em Bauru. Nossa família se estabeleceu nessa região desde que veio para o Brasil", ressalta Nivaldo. Ele conta que seus bisavós Arturo Casella e Antonia Rosa Trovò vieram em um navio de imigração italiana, em 1912, com a sua avó, Genoefa Casella, ainda criança de colo. Ela foi registrada na cidade de Uru (91 km de Bauru). Posteriormente, casou-se com Lourenço de Freitas. Desse braço familiar descende Nivaldo e seus demais tios e primos.
O organizador conta que foi 'uma verdadeira saga' conseguir localizar a todos. Somente seus primos de primeiro grau já totalizam 40 pessoas. "Comecei a procurar interações para conseguir dar uma festa de 5 horas, como karaokê, pula-pula, DJ e algumas dinâmicas. Como a Cerimônia da Areia, na qual juntamos sete punhados de areia colorida em um pote de vidro. Foram colocados pelos padrinhos, representando os tios que morreram, o noivo, a noiva e a matriarca da família, que está com 80 anos", conta.