22 de dezembro de 2024
OPINIÃO

Crédito e dívidas no Brasil: o que mudou com as novas regras?

Por Guilherme Del Bianco e Carolina Ribeiro Vanzolini | Especial para a Sampi
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação

Nos últimos anos, o sistema financeiro brasileiro passou por diversas mudanças que impactaram diretamente a forma como o crédito é concedido e como as dívidas são negociadas, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Com a inflação elevada e a recuperação econômica após a pandemia, muitos brasileiros e empresários se viram com dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. Nesse cenário, as novas regulamentações do sistema financeiro foram implementadas para dar mais flexibilidade e segurança nas transações e negociações de dívidas.

O Novo Cenário do Crédito
Uma das principais mudanças no sistema financeiro brasileiro tem a ver com a novas regras de concessão de crédito. As taxas de juros, que antes eram extremamente altas, vêm sendo reduzidas gradualmente pelo Banco Central, o que tem ajudado a tornar o crédito mais acessível. No entanto, a queda não foi imediata, e a recuperação do crédito também depende de uma série de fatores, como a estabilidade econômica e a confiança dos investidores.

Além disso, as instituições financeiras passaram a oferecer novos produtos de crédito que são mais personalizados e adequados à realidade de cada cliente. Isso significa que, antes de tomar um empréstimo ou financiamento, o cliente tem mais informações sobre as condições, como prazos, juros e garantias. O Banco Central também criou regras mais rígidas de transparência para que os consumidores saibam exatamente o que estão contratando.

Impacto nas Dívidas Pessoais
Para os brasileiros que estão endividados, as novas regras trazem boas notícias. Uma das principais mudanças foi a criação de programas de refinanciamento de dívidas. Esses programas, como o Refis (Programa de Recuperação Fiscal), permitem que pessoas físicas e jurídicas negociem suas dívidas com condições mais vantajosas, como a redução de juros e prazos mais longos para o pagamento. Para aqueles que já estão com dívidas em atraso, o governo e os bancos começaram a oferecer condições facilitadas para a regularização, ajudando a evitar que a pessoa caia em um ciclo de inadimplência.

Entretanto, é importante destacar que, embora o crédito esteja mais acessível, não significa que seja fácil conseguir um financiamento. O banco ainda exige garantias de pagamento, e o histórico de crédito do consumidor continua sendo uma peça-chave na análise de concessão de crédito. Para aqueles que já possuem dívidas, uma opção interessante é o refinanciamento, que permite juntar todas as dívidas em uma só, com condições mais favoráveis e taxas de juros menores.

Mudanças nas Dívidas Empresariais
No caso das empresas, as novas regras também têm impactado positivamente a negociação de dívidas. Após a pandemia, muitas empresas enfrentaram dificuldades para pagar suas obrigações e, para evitar o fechamento de negócios, passaram a buscar soluções de reestruturação de dívidas.
O governo, em parceria com o setor financeiro, criou medidas para ajudar empresas a renegociar seus débitos, oferecendo novas linhas de crédito com juros mais baixos e prazos mais longos. Além disso, a adoção de ferramentas como a recuperação judicial tem se mostrado mais eficaz, permitindo que as empresas reorganizem suas finanças sem perder a operação.

Uma das grandes mudanças foi o incentivo à uso de garantias para renegociar dívidas, o que tem ajudado muitas empresas a conseguir melhores condições de pagamento. Outro ponto importante foi a flexibilização de prazos e a possibilidade de suspender pagamentos temporariamente, para dar fôlego financeiro às empresas que atravessam momentos difíceis.

Conclusão
As mudanças nas regras do sistema financeiro brasileiro têm trazido mais flexibilidade e oportunidades tanto para consumidores quanto para empresas. A redução das taxas de juros, as novas linhas de crédito e as opções de renegociação de dívidas criam um ambiente mais favorável para a recuperação financeira de quem está endividado. No entanto, é fundamental que tanto as pessoas físicas quanto as empresas façam um planejamento financeiro adequado, para evitar que as dívidas se acumulem e se tornem um problema ainda maior.

Em um cenário de incertezas econômicas, entender as novas regras e aproveitar as oportunidades oferecidas pelo sistema financeiro pode ser o primeiro passo para retomar o controle das finanças pessoais e empresariais.

Carolina Ribeiro Vanzolini é advogada do MVB, Graduada pela Faculdade de Direito de Franca e Especialista em Negociação pelo Insper