19 de novembro de 2024
SAÚDE & BELEZA

Beba com ainda mais moderação


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PORNSAWAN
Consumo de baixo risco de álcool envolve menos doses do que muitos países recomendam

Especialistas descobriram que o consumo de baixo risco de bebidas alcoólicas envolve menos doses do que muitos países atualmente recomendam. Segundo o jornal The New York Times, os estudiosos chegaram a essa conclusão ao usar novo método para estabelecer risco, que foca só nas mortes por condições diretamente relacionadas ao álcool, como cirrose hepática, intoxicação alcoólica, pancreatite e alguns tipos de câncer. Mas o nível exato em que o consumo de bebidas alcoólicas começa a prejudicar a saúde e o que é considerado um nível aceitável de risco estão em debate.

Alguns países ajustaram suas recomendações. Austrália e França agora aconselham que ambos os sexos não consumam mais de dez doses por semana. Isso representa redução em relação às duas doses por dia para homens e mulheres, que eram recomendadas na Austrália; e às três doses por dia para homens e duas para mulheres na França.

As diretrizes mais recentes do Canadá são mais rigorosas. Lá, o consumo de baixo risco é definido como não mais do que duas doses por semana, independentemente do sexo.

Oficialmente, nos EUA, o consumo moderado de álcool é definido como uma dose ou menos por dia para mulheres e até duas doses por dia para homens, assim como no Brasil. Para as diretrizes americanas mais recentes, emitidas em 2020, comitê liderado pela professora de Nutrição e Medicina Elizabeth Mayer-Davis, da Universidade da Carolina do Norte, recomendou que homens e mulheres consumissem não mais do que uma dose por dia. Essa orientação incorporou as pesquisas mais recentes que mostraram que "não havia quantidade de álcool que beneficiasse a saúde", segundo a médica. O Departamento de Agricultura e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, que definem as diretrizes oficiais, rejeitaram o conselho do comitê. Representante do Departamento de Agricultura afirmou que "as evidências emergentes mencionadas no relatório do comitê não refletem a preponderância de evidências neste momento". O próximo conjunto de diretrizes alimentares está programado para ser divulgado no ano que vem.

Diretrizes separadas

Apesar da tendência de estabelecer limite único para ambos os sexos, especialistas dizem que ter diretrizes separadas faz sentido. Isso porque é necessário menos álcool para afetar negativamente a saúde das mulheres do que a dos homens, incluindo maior risco de danos ao fígado relacionados, doenças cardíacas e certos tipos de câncer, segundo Aaron White, conselheiro científico sênior do diretor do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo dos EUA. Parte desse risco maior pode resultar de diferenças de tamanho. Mas mesmo que “uma mulher e um homem da mesma idade e do mesmo peso bebam a mesma quantidade de álcool, ela terá concentração de álcool no sangue mais elevada que o homem”, diz Sherry McKee, diretora do Programa de Yale para Diferenças de Gênero no Transtorno por Uso de Álcool. O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool do Brasil considera dose padrão de álcool com 14 g de etanol puro: 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado.