29 de novembro de 2024
COLUNISTA

Tudo passa, só permanece para sempre a Palavra de Jesus

Por |
| Tempo de leitura: 3 min

"O céu e a terra passarão, mas minhas palavras não passarão", ouviremos Jesus dizer no Evangelho da santa Missa deste domingo, Mc 13,24-32. "Verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória... O verão reunir os seus eleitos, de todos os lugares" ... "Quando os ramos da figueira ficam verdes e começam a brotar sabeis que está chegando o verão. Assim também quando virdes acontecer essas coisas sabeis que o Filho do homem está próximo". No entanto, afora esses sinais, "quanto àquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai". Esta mensagem evangélica já nos coloca na perspectiva do final do ano que chega. Deste ponto de vista São Marcos insiste na proximidade do fim dos tempos, embora ninguém conheça a hora. A questão de fundo, porém, é: Será que estamos preparados? São Marcos recorda que, conforme Jesus dizia a seus discípulos, a única referência que permanece firme e estável é a Palavra de Jesus. Jesus é a referência segura e cabal. Pois, o amor, a fidelidade, a verdade, o bem nunca passam, não saem de moda. O amor com que somos capazes de amar é para sempre, sem fim, é Deus mesmo. Feitos à imagem e semelhança de Deus, somos da mesma essência divina, criados para uma vida sem fim, para ser eterna e feliz. O que Jesus nos ensina é para sempre; seu ensinamento não perde validade, subsiste até hoje e segue para o amanhã. "Minhas palavras não passarão", é bom repetir para que nos conscientizemos da precisão de obedecer a Cristo, de seguir o seu Evangelho, e de sermos desde agora construtores do futuro, dos céus novos e da nova terra, o Reino de Deus. Na primeira leitura da santa Missa, Daniel 12,1-3, Daniel proclama que o Arcanjo Miguel descerá dos céus e anunciará a salvação para todo o povo, caso seus nomes se acharem inscritos no livro da vida, esses que na terra enfrentaram as provações, perseveraram no bem e viveram o mandamento do amor. Esta é uma mensagem de esperança para os filhos de Deus, na certeza de uma vida para além da morte, que se realiza com a ressurreição dos mortos pelo poder de Deus. A segunda leitura, Hebreus 10,11-14.18, afirma que os cristãos, embora peregrinos neste mundo, já vivem as realidades dos novos céus e terra, assumindo a obrigação de lutar pela implantação do reino das realidades últimas, em vista da construção de um mundo mais justo, igualitário e fraterno. Recorda que Cristo sentado à direita do Pai continua a exercer o seu sacerdócio no mundo através da Igreja, de todos os cristãos e de cada um em particular.

A mensagem bíblica da santa Missa deste domingo nos põe na expectativa da vinda do Senhor e, por isso, nos chama à vigilância e à conversão de vida, seja individual seja comunitária e social, para uma dedicação radical ao amor a Deus e aos irmãos, como centro de nossa vida. Este deve ser o ponto de referência inabalável, valor absoluto que permanece para sempre e que, portanto, indica o caminho seguro para seguirmos, o único caminho da verdadeira revolução que pode mudar o mundo.

Neste domingo, celebramos na Igreja o 8º Dia Mundial dos Pobres, evento instituído pelo santo Padre o Papa Francisco. O santo Papa destacou para este ano como lema estas palavras: "A oração do pobre eleva-se até Deus" (cf. Eclesiástico 21,5). Assim sendo, ele convida-nos não só a rezarmos por eles mas com eles, fazendo nossa a oração dos pobres. Pede-nos também para, com reflexões e ações, reconhecermos a dignidade dos pobres, ouvirmos o seu clamor e promovermos ações concretas em prol da implantação da verdade, da justiça e da inclusão social junto às comunidades e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Jamais nos esqueçamos destas palavras do Livro de Tobias: "Nunca afastes teu olhar de algum pobre" (Tb 4,7).