Estou no Colégio Rembrandt, na última aula da terça-feira, falo de regência verbal, aula difícil e linda, é a sexta aula, a última, que sempre espero que não seja a última!
Bate o sinal que lembra o final, ficarei sem aqueles alunos e aquelas alunas por uma semana, corro o risco de ser o final de um mês ou o início de outro mês, o tempo é sempre um contratempo!
Retiro o celular do bolso e vejo uma postagem do meu amigo e presidente do MDB, Rodrigo Mandaliti, é um texto publicado no Jornal da Cidade, nosso eterno JC de Leonardo de Brito, Valzinho, Nilson Costa, Nilson Serra, Roberto Rufino, Sérgio Tibiriçá, João Jabbour, Cláudia Salles, Mariluci Genovez, Quioshi, Malavolta e muitos outros!
O texto postado por um dos filhos de Dona Maria Mandaliti é de Gilmar Dias, intitula -se "Palmas de Sinuhe" e aborda minhas palmas para o motorista e jornalista Gilmar Dias que parou o veículo na Getúlio Vargas para minha passagem e de outros na badalada artéria da nossa Sem Limites!
Leio o texto e começo a chorar, verter as lágrimas, o sangue branco de que fala o mestre José Saramago! Choro, tento lembrar, tento amar, tento esquecer, tento ser!
Augusto, o inspetor do corredor, o novo Deus Ébano, assim como Marcelo Camarada dos tempos de Colégio Seta, vem em minha direção e me vê a chorar, pergunta a razão e compartilha da emoção e vocifera: "Você merece, Sinu!".
Pergunto-me até agora se sou gentil, o que é uma obrigação, "Próximo" não é apenas a chamada de alguém em uma repartição pública ou em uma fila de burocracia! Próximo é, quiçá, a mais linda das proparoxítonas, ela tem P de "perto, tem a sílaba "Pró" de a favor! Sejamos!
Meu caro Gilmar Dias, você entendeu que a faixa é PARA segurança e não DE segurança! Essa faixa é reconhecida e respeitada por raros e raras, pessoas como você sabem para que servem, assim como "Seta", "Ciclovia", "Semáforo", "Pedestre"!
Há dez anos, leciono no Colégio Rembrandt, raras vezes vi uma escola preocupar-se com o próximo como essa, a coordenadora Pâmela Garcia pensa e repensa o próximo com se fosse o único e não o efêmero! São proparoxítonas que lembram a Construção de um tal Buarque de Holanda!
Precisamos do indivíduo para ser o coletivo, não somos um nunca, por isso, é um numeral que inicia e não termina!
Sonho com uma cidade cheia de livros, de pessoas respeitando pessoas, que de presente em um futuro bem próximo, sejamos um mundo de próximos! Abraços, Gilmar!