Neste mês começa a ser pago o 13º salário de trabalhadores que têm carteira assinada. Aposentados e pensionistas do INSS já receberam os valores entre maio e junho deste ano, antecipação que vem acontecendo desde a pandemia. Para Jundiaí, o 13º representa cerca de R$ 1,5 bilhão, mas neste fim de ano, como apenas trabalhadores vão receber, o valor acaba sendo menor. E menor ainda é o dinheiro que vai circular, pois há quem aproveite o dinheiro para pagar dívidas ou poupar.
A primeira parcela ou parcela única do 13º precisa ser paga até o dia 30 de novembro. Já a segunda parcela é paga até o dia 20 de dezembro. O valor é pago a trabalhadores com carteira assinada que trabalharam mais de 15 dias no ano passado, sendo mensalistas, horistas, rurais, urbanos ou domésticos. Não tem direito ao dinheiro os trabalhadores informais, autônomos, intermitentes e estagiários.
Sobre os valores de Jundiaí, o economista Mariland Righi diz que a base é o montante produzido pelo município. "Jundiaí deve produzir R$ 70 bilhões neste ano. 35% disso dá cerca de 24 bilhões, que é a folha salarial anual. Se dividir por 12, são R$ 2 bilhões, mas, para o valor final, dá algo entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,6 bilhão para trabalhadores e beneficiários do INSS", diz ele lembrando que só para trabalhadores o valor é menor.
Para o economista, a prioridade tem de ser dívidas, pois é caro dever. "Pagar dívida é sempre bom, porque corre juros e o dinheiro na poupança não tem uma rentabilidade que acompanha a dívida. O Brasil é um país com muita gente endividada."
Em segundo lugar, a diretriz é poupar. "A marca deste ano tem sido a incerteza e a instabilidade. Tem reforma tributária, instabilidade jurídica. Eu mesmo ia investir em uma obra e não vou mais, prefiro não gastar agora. Quem receber 13º e não guardar, pode ter que emprestar depois. Dos últimos anos, este talvez seja o de maior incerteza."
Para ele, isso só muda se a pessoa já tiver uma reserva. "Quem tiver uma poupança em qualquer aplicação no banco, pode gastar um pouco, mas tem que ter um ativo, porque o principal é não fazer dívida. Agora isso é ainda mais necessário. Temos dívida pública alta, dólar subindo, preços aumentando, então há uma expectativa de inflação, não como aconteceu na época do Collor, do Sarney, mas terá uma inflação", comenta.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 87,7 milhões de brasileiros receberam o rendimento adicional de, em média, R$ 3.057 em 2023. Neste ano, segundo estimativa do Dieese, o pagamento do 13º deve injetar R$ 321,4 bi na economia. O valor representa 3% do PIB brasileiro e beneficia cerca de 92,2 milhões de trabalhadores e aposentados. Para este ano, o valor médio do salário extra é de R$ 3.096,78.
Os trabalhadores representam 61,7% dos beneficiários do 13º, são 56,9 milhões de pessoas no mercado formal no país. Entre os aposentados e pensionistas do INSS, há 34,2 milhões de beneficiários, 37,1% do total. Os demais são os 1,2%, de 1,1 milhão de aposentados e pensionistas da União (regime próprio).