27 de dezembro de 2024
AVENIDA EM BAURU

Proibição de estacionamento na N. Sra. de Fátima ainda não vingou

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Guilherme Matos
Proibição de estacionamento na avenida gerou alvoroço entre os comerciantes

A proibição do estacionamento nas quadras de 5 a 15 da avenida Nossa Senhora de Fátima, em Bauru, não tem sido respeitada, apesar de a sinalização já ter sido instalada. As novas regras fazem parte de uma revitalização que ocorre na via. As mudanças incluem o recape, a proibição da conversão, a instalação de semáforos, além da redução da largura da pista do sentido Centro-Bairro, mesmo sentido em que as vagas foram retiradas.

A reportagem esteve na avenida das 16h às 18h desta terça-feira (5) e, além de verificar diversos veículos estacionados em local proibido, também encontrou motoristas realizando conversões irregulares. A Secretaria de Obras, porém, ainda não deu início à instalação dos tachões na via, o que deve inibir essa movimentação.

Por conta do desrespeito às alterações, os gargalos na avenida — justamente o que deveria ser corrigido com as mudanças — continuaram. O JC observou, diversas vezes, filas de carros aguardando a conversão de um único veículo, sem poder ultrapassar por conta do estacionamento irregular. Isso, inclusive, ocorreu por conta do estreitamento da pista no sentido Centro-Bairro.

Outro problema que, até o momento, não existe perspectiva de solução, é o escoamento pluvial da avenida. Em alguns pontos a água empoça formando uma lagoa que invade a calçada e as duas pistas.

A Prefeitura de Bauru foi questionada a respeito desse escoamento, mas apenas reiterou que a drenagem da Nossa Senhora de Fátima é superficial e que ocorrerá uma suavização das canaletas.

Por outro lado, a revitalização trouxe um novo aspecto para a via, com nova sinalização, pintura e asfalto. Uma das melhorias destacadas é a suavização das canaletas, que antes atrapalhavam o fluxo e prejudicavam amortecedores e pneus de veículos que transitavam na avenida.

Vagas

Conforme o JC noticiou na semana passada, os comerciantes ficaram preocupados com a proibição de vagas e, inclusive, fizeram reunião com a Emdurb pedindo a mudança da decisão que prometia melhorar o fluxo na avenida Nossa Senhora de Fátima. Nem todos os empresários da avenida, porém, estão tão preocupados com uma possível redução da clientela.

Alguns desses comerciantes, ouvidos em anonimato para não gerar mal-estar com os colegas, acreditam que não terão prejuízo na movimentação por conta das vagas no sentido Bairro-Centro da avenida. Eles também apontaram que ter vagas recuadas evitam a dependência dos estacionamentos na via.

Outro empresário informou, também, que os acidentes na porta do seu estabelecimento eram diários. Ele classifica as mudanças como "perfeitas" e acredita que os sinistros de trânsito vão reduzir com o passar do tempo.

Ademir Boleta Teles, 53 anos, é proprietário de uma sorveteria na avenida há cinco anos e discorda do ponto de vista. Ele afirma que a rua não sofria problemas de trânsito, mesmo nos horários de pico.

As obras, somadas às chuvas e a falta de vagas reduziram o fluxo de seus clientes em 80%, segundo ele explica. "Nosso público é majoritariamente de pessoas de idade e crianças. Para esse público atravessar é bastante complicado. Não pensaram no efeito que haveria no comércio", diz.

Outro ponto é a necessidade de vagas de carga e descarga. Ademir afirma que seus fornecedores demoram de 4h a 5h para descarregar os sorvetes. Sem vaga, a logística ficará bem mais complicada.

Ele acredita que faixas de pedestres elevadas, vagas somente para carga e descarga ou proibição de estacionamento em horários específicos já resolveriam o problema.

Fábio Henrique Melero, 47 anos, tem uma distribuidora de chopp, ao lado da sorveteria, há 20 anos. Sua loja tem vagas recuadas, mas que ele afirma não serem o suficiente para suprir a demanda do seu negócio. Ele classifica as mudanças como "péssimas" e diz que teme precisar mudar seu estabelecimento de lugar.