28 de novembro de 2024
BASQUETE

Franca 200 anos: Juca Vilhena, o entusiasta do esporte

Por Guilherme Faber | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo familiar
José Alcântara Vilhena, o Juca Vilhena

A cidade de Franca vai completar 200 anos em 28 de novembro e, ao longo da sua história, ficou conhecida como a “Capital Nacional do Basquete”. Essa condição não se deve somente aos atletas que representaram essa tradição dentro das quatro linhas, há quem se entregou nos bastidores, como Juca Vilhena, o entusiasta do esporte. 

A história de Juca Vilhena no esporte

José Alcântara Vilhena, o Juca Vilhena, nasceu em 5 de maio de 1917, em São Paulo, e logo na infância mudou para Franca com a sua mãe, Maria Luiza de Lima Vilhena, e o seu pai, Jonas Alcântara de Vilhena. 

Juca conciliou natação com basquete aos 17 anos e representou a delegação francana na primeira edição dos Jogos Abertos do Interior, em Monte Alto (SP). Era conhecido pela atuação ao lado do seu irmão, Agostinho Vilhena, nas equipes e ligas locais de bola ao cesto. 

Bola ao cesto se deve ao estilo do esporte praticado nas décadas de 1920, 1930 e 1940, que segundo Fabrício Freire Gomes, em seu livro “Franca: a cidade que respira basquete no país do futebol”, o estilo desse jogo era rudimentar, pois os beques não subiam ao ataque e os atletas ofensivos não defendiam e, consequentemente, os jogos eram encerrados com pontuações mínimas.

Molecão, Chico Cachoeira, Físico, Galego, Gino, Nicola e os irmãos Archetti Nicola e Paulo foram os seus companheiros de jogos, que por muitas vezes eram realizados no Estádio Bela Vista, atual Nhô Chico, e de forma improvisada na avenida Presidente Vargas. 

O lado entusiasta do Juca Vilhena

Juca fundou o Clube dos Bagres junto com outros esportistas em 4 de setembro de 1953 e o presidiu por sete gestões. Pedroca assumiu o comando técnico, Hélio Rubens ocupou o posto de capitão, Sérgio Aleixo tornou-se mordomo, e Vilhena era quem respondia pela parte administrativa. 

Arrumou emprego para jogadores que não eram francanos e até usou o seu próprio dinheiro para honrar os compromissos da equipe de basquete. “Além de se ocupar nos bastidores com o funcionamento da equipe, também foi um dos maiores investidores. Cobriu com dinheiro próprio muitas das despesas que surgiam e emprestou seu veículo nas viagens intermunicipais”, declarou o advogado e pesquisador do basquete francano Rodolfo César Pino.

Além do Clube dos Bagres, Juca permaneceu como gestor nos ciclos da Calçados Emmanuel, Amazonas, Francana e Associação Francana de Basquetebol com direito aos dois títulos do Troféu Bandeirante (1962 e 1963), 12 títulos estaduais do interior (1962, 1963, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1971, 1972, 1975, 1976 e 1977), os tetras paulista e sulamericano (1973, 1975, 1976 e 1977 - 1974, 1975, 1977 e 1980), o pentanacional (1971, 1974, 1975, 1980 e 1981) e dois vices intercontinentais (1975 e 1980).

“Juca manteve-se por mais de três décadas participando das decisões mais importantes do basquete local, inclusive nos momentos críticos de transição do Clube dos Bagres até a Associação Francana de Basquete. Sem Juca Vilhena na equação, talvez o basquete de Franca não teria sobrevivido e se tornado a potência que hoje o faz reconhecido internacionalmente devido toda sua contribuição em prol da modalidade", encerrou Rodolfo. 

As demais contribuições e particularidades de Juca

Juca Vilhena trabalhou como tabelião por 50 anos, foi o primeiro sócio-fundador do Rotary Club e apoiou causas filantrópicas. Juca não se recuperou de um tratamento de pneumonia e morreu em 18 de julho de 2007, em Franca. O seu casamento com Maria Margarida de Andrade Vilhena permitiu o nascimento dos filhos Carlos, Margarida, Jonas e Fátima. Existe o Centro Esportivo Juca Vilhena, do Complexo Esportivo do Colégio Champagnat, como homenagem aos seus serviços prestados à comunidade francana.