O consórcio SP+ Escolas foi o vencedor do segundo leilão da parceria público-privada para a construção e manutenção de escolas estaduais paulistas -projeto encampado pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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O anúncio foi feito na tarde de segunda-feira (4) na B3, na região central de São Paulo. O lote é para a construção e manutenção de 16 escolas no estado, que totalizam 17.680 vagas.
A líder do consórcio é a Agrimat Engenharia, empresa especializada em construção de rodovia. O consórcio é formado ainda por mais quatro empresas, uma delas é do ex-dono da Escola Mais, uma rede de escolas com mensalidades mais baratas com foco na classe C.
O consórcio vencedor arrematou o lote ao oferecer uma proposta de receber ao mês R$ 11,5 milhões do governo paulista para fazer a manutenção das escolas. O teto era de 14,9 milhões -nessa modalidade de parceria, vence quem faz a menor proposta.
Durante todo o tempo de concessão, o consórcio deve receber cerca de R$ 3,2 bilhões.
Segundo José Aliperti, sócio fundador da Astra Concessões Educacionais, uma das empresas que compõem o consórcio, o grupo pretende investir de recursos próprios 30% do valor necessário para a construção das escolas -o restante pretendem financiar.
Segundo ele, apesar da maioria das empresas ter expertise em construção civil, a participação de sua empresa garante a experiência na administração escolar.
A parceria público-privada define a construção em um prazo de um ano e meio. Depois, a licitante será responsável pela manutenção das unidades por 23 anos e meio.
Na última terça-feira (29), o consórcio Novas Escolas Oeste SP, que tem como empresa líder a Engeform Engenharia Ltda, foi o vencedor do leilão do primeiro lote, de 17 escolas.
É a primeira vez que escolas estaduais paulistas têm a gestão de serviços entregue para a iniciativa privada. O modelo é uma aposta da gestão Tarcísio para enfrentar o problema de infraestrutura escolar. O governo já planeja terceirizar no próximo ano a manutenção de mais 143 unidades, que já estão em funcionamento na cidade de São Paulo.
A proposta chegou a ser barrada judicialmente por uma decisão liminar um dia após o primeiro leilão. O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Fernando Antonio Torres Garcia, derrubou a liminar no dia seguinte.
As 16 novas escolas serão construídas nas cidades de Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.
Segundo a gestão Tarcísio, nessas regiões há falta de vagas para todas as crianças e adolescentes em idade escolar. A Secretaria de Educação informou que há casos de estudantes que precisam estudar no período noturno por falta de salas.
As novas escolas funcionarão no turno de nove horas e terão três modelos, de 21 salas de aula, 28 salas de aula e 35 salas de aula. Além disso, a estrutura contará com ambientes integrados e interligados, uso interativo de tecnologia, auditório de múltiplo uso, ampliação de espaços esportivos e culturais, espaços de vivência, espaços para estudo individualizado e espaços de inovação.
Assim como no dia do primeiro leilão, houve protesto de estudantes para barrar a terceirização em escolas, que acabaram entrando em confronto com a Força Tática da Polícia Militar.
Os estudantes foram impedidos de acessar a entrada da B3, onde ocorreu o leilão. Um grupo avançou e derrubou uma das grades de contenção, e a polícia usou bombas de gás e ergueu escudos contra o grupo. Eles também deram golpes de cassetete em alguns manifestantes.
Lote Oeste (1) - prevê a construção de 17 escolas em Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga.
Lote Leste (2) - prevê a construção de 16 escolas em Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.