29 de novembro de 2024
COLUNISTA

Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária

Por Dom Caetano Ferrari |
| Tempo de leitura: 3 min
Bispo Emérito de Bauru

Na Igreja, celebramos neste domingo o Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária. As orações da santa Missa são de preferência para a "Evangelização dos Povos", sobretudo tendo em vista as "missões ad gentes", isto é, os povos que ainda não conhecem Jesus Cristo. Também todas as doações arrecadadas durante a coleta missionária serão destinadas integralmente para financiar a obra missionária da Igreja aqui entre nós e além das nossas fronteiras. É o que podemos e devemos fazer como participantes da Igreja que recebeu do Senhor o mandato de sair para levar o Evangelho a todos os povos, a fim de que se tornem discípulos e sejam batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28,19). Motivados pelo lema da Campanha Missionária deste ano: "Ide, convidai a todos para o banquete do Reino" (cf. Mt 22,9), somos convidados a entrar em comunhão de orações e de partilha de nossas doações testemunhando individual e comunitariamente, aqui e agora, como será o banquete no céu. Mas é na força do Espírito Santo que nos tornamos testemunhas de Cristo e a Igreja anuncia o seu santo Evangelho como nos indica o tema deste ano: "Com a força do Espírito, testemunhas de Cristo".

No trecho evangélico da santa Missa deste domingo das Missões, São Marcos 10,35-45, dois dos apóstolos, os irmãos Tiago e João, pediram a Jesus para ocupar os primeiros lugares no seu Reino, um à sua direita e outro à sua esquerda. Jesus perguntou-lhes: "Podeis beber o cálice que eu vou beber, ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?" Respondendo a eles e aos outros dez, disse: "Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos". À ambição de muita gente de se sentar nos lugares de honra, Jesus contrapõe a grande missão de servir e dar a própria vida. Jesus deu o exemplo: "tanto amou os que o Pai lhe deu para salvar que Ele realmente entregou a sua vida pela salvação de todos". No Reino de Deus se deve beber o cálice de Jesus, receber o batismo que Ele recebeu. No quarto canto do servo de Javé da primeira leitura da santa Missa, Isaías 53,10-11, o justo torturado pelos ímpios diante do qual todos os passantes que o viam cobriam o rosto é figura de Jesus que carregou os pecados do povo e morreu por eles como vítima de expiação. O trecho da segunda leitura, Hebreus 4,14-16, nos fala que Jesus é o Filho de Deus que se compadeceu de nossas fraquezas e teve misericórdia para conosco. Ele é de fato o sumo sacerdote eminente que entrou no céu. Antes, porém, Ele foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado: "Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno".

Supliquemos ao Senhor a sua graça, demonstrando a Ele que nEle confiamos e esperamos, a fim de estarmos sempre prontos a servir uns aos outros, com o sacrifício de nossa vida, conforme for a sua santa vontade, dando assim testemunho de nossa fé, pois esta é a primeira e indispensável forma de evangelizar.