Depois dos 50 anos, o sistema imunológico pode “esquecer” de defender o organismo contra agressores cuja proteção foi criada ainda na infância. Esta defesa ou imunidade induzida quando criança muito pequena, pode ter sido por vacina ou por ter pegado a doença pela falta de vacinação.
O exemplo mais clássico deste “esquecimento” ocorre com a doença chamada zoster, as vezes chamada também de herpes zoster pelo fato de seu vírus ser do grupo “herpesvírus”. O nome popular desta doença é “cobreiro” ou, em algumas regiões conhecida como “zona”. O zoster pode acontecer em qualquer pessoa desde criança até os mais experientes dos humanos.
Nas crianças, o zoster induz pouco sofrimento (2 a 3 semanas), pois é quase sempre indolor, mas em pessoas com mais de 50 anos, pode se dizer que a dor é insuportável. Tão forte que a dor é nominada de neuralgia zosteriana, podendo acontecer dias e semanas antes da doença aparecer, e ou durante a doença clinicamente presente e ou dias e semanas depois do seu desaparecimento. Em muito casos, quando é pré-zosteriana se tem dificuldade do diagnóstico por parte do clínico, pela falta de sinais da doença, mas esta hipótese nunca deve ser esquecida.
O zoster é uma doença unilateral que respeita a linha média no corpo, podendo acontecer em qualquer parte, inclusive quando ocorre na face e especialmente na boca como no palato e lábios. Formam se bolhas e pústulas que depois de algumas semanas tendem a reparar deixando cicatrizes, inclusive com hiperpigmentações nos locais comprometidos da pele. O local onde manifesta-se corresponde à área de sensibilidade propiciada por um ramo neural determinado e localizado. No abdômen, as manifestações parecem um cinturão unilateral que em grego fala-se “zoster” para cinto e cintura.
Quando se tem Varicela quando criança, o vírus fica em latência nos gânglios neurais por muitos anos e só sairá se a pessoa ficar debilitada por alguma razão, principalmente com a idade. A criança e o futuro adulto fica imunizado naturalmente, mas parcialmente, pois tem o vírus latente dentro dos gânglios, aonde os anticorpos não chegam! Se a criança foi vacinada, se cria imunidade e o vírus que circula entre nós não provoca a doença. Os anticorpos não deixam os vírus ir para os gânglios neurais.
Quando se envelhece, a imunidade tende a diminuir se não receber novos estímulos como novas doses de vacina, especialmente no caso da varicela ou catapora, cujos vírus é o mesmo do zoster ou vírus V-Z. Mas, nem todos sabem disto e não tomam vacina contra o zoster depois dos 50 anos.
Desta forma fica-se desprotegidos contra este vírus que circula entre nós, contraindo-se o zoster, que nas pessoas com mais idade vem acompanhado de uma insuportável e chata dor na neuralgia zosteriana. Com a defesa diminuída, o vírus V-Z aproveita, multiplica-se nos gânglios e viaja de volta à pele por um nervo. Geralmente há uma doença debilitante, estresse acentuado como problemas acentuados familiares, enfim fatores que faz a resistência cair muito.
Há tratamentos com antivirais, analgésicos e até talidomida. Os médicos saberão conduzir da melhor forma a partir do diagnóstico preciso. A doença é contagiosa e sofrida. Os familiares e amigos devem ficar atentos e se protegerem, ou seja, se vacinarem!
O zoster é uma manifestação secundária e tardia da varicela ou catapora só que mais localizada, e muito mais sintomática. Tem pessoas que fica imunizado sempre, mas de acordo com a história de vida, pode-se cair esta imunidade, a ponto de ficar desprotegido e ter o zoster.
Não vale a pena arriscar: se você tem mais de 50 anos, vacine-se contra o zoster, pois o sofrimento é muito grande. E se você não souber o que te debilitou para ter zoster, depois de curado, faça uma checagem geral da saúde para tentar descobrir!
É uma pena que ainda não se tem a vacina anti-zoster no serviço público, pois todos merecemos e temos o direito de estar protegidos.