As chuvas esperadas para os próximos dias em Bauru, que devem ter maior intensidade no sábado (19) e no domingo, poderão contribuir para a regularização do sistema de rodízio de abastecimento de água estabelecido pelo DAE na região que depende do Rio Batalha, onde vivem mais de 100 mil pessoas. Porém, não será suficiente para garantir a suspensão da medida, que deve perdurar ao menos até o início da segunda quinzena de novembro, quando começa o período chuvoso.
Atualmente, o racionamento está dividido em três setores da cidade, sendo que cada um deles deveria receber água por 24 horas e permanecer sem por 48 horas. No entanto, moradores relatam terem ficado por mais de dez dias sem uma gota sequer dentro de suas casas.
Presidente da autarquia, Renato Purini explica que, embora tenha chovido forte em Bauru na última sexta-feira, o volume não foi suficiente para elevar o nível da lagoa de captação do Rio Batalha, que estava em 1,31 metro na noite desta segunda-feira (14). "Ela apenas reduziu o tempo de parada no funcionamento da única bomba de captação mantida em atividade, quando o nível cai para 1,30 metro. Tínhamos chegado a quase 7 horas para permitir a recuperação da lagoa até 1,70 metro", frisa.
Com a construção de um canal paralelo para ligar a parte alta da lagoa até o ponto de captação de água, obra executada pelo SP Águas (antigo DAEE) com o objetivo de ampliar a fluidez no trecho, o tempo de parada foi reduzido para 5 horas, segundo Purini. Após a chuva de sexta, caiu para pouco mais de 3 horas e, nesta segunda, já havia retornado ao intervalo de 5 horas.
"E são duas paradas por dia, infelizmente, porque não tem como tirar mais água. Há uma dificuldade enorme em levar água para as partes altas da cidade e manter o rodízio como deveria", reconhece o presidente, destacando que não considera a possibilidade de estabelecer um sistema de racionamento ainda mais rigoroso.
A expectativa, agora, volta-se para a previsão de chuvas nesta semana, que, segundo o Climatempo, devem chegar ao pico de 28,8 milímetros no sábado e 21,2 milímetros no domingo. "Se, entre sexta e terça-feira (22), a soma passar dos 100 milímetros conseguiremos cumprir o rodízio de forma regular. Mas, para encerrá-lo efetivamente, precisaremos esperar a segunda quinzena de novembro, quando as chuvas tendem a ficar mais frequentes", pontua.
Na tentativa de minimizar os transtornos à população, a prefeitura ampliou a contratação de caminhões-pipa com dispensa de licitação, permitida pelo decreto municipal de emergência hídrica editado em maio.
Atualmente, segundo Renato Purini, empresas terceirizadas atuam com 13 veículos com capacidade de 45 mil litros, que levam água aos reservatórios, e dez menores, com capacidade entre 10 mil e 20 mil litros, utilizados para abastecer casas. O serviço é reforçado por outros seis caminhões-pipa do DAE, também de menor porte.
O JC recebeu queixas de moradores sobre a entrada de ar na tubulação em razão das sucessivas interrupções no abastecimento durante o rodízio, iniciado há cinco meses. Segundo Renato Purini, se o hidrômetro continua girando após a pessoa fechar todas as saídas de água (torneiras e registros), o DAE deve ser acionado.
"Atualmente, recebemos poucos pedidos deste tipo. Mas, quando há, a equipe vai até a residência do solicitante e averigua. Normalmente, o problema é causado por outro motivo que não o ar. Na maioria das vezes, o hidrômetro é antigo e não está funcionando direito ou existe um vazamento na casa", afirma.