Pesquisadores da Universidade de Cincinnati, em Ohio (EUA), mostraram que pessoas cuja alimentação se assemelha mais à dieta Mind (combinação da Mediterrânea com a Dash) podem ter um risco menor de comprometimento cognitivo.
A dieta inclui vegetais de folhas verdes, como espinafre e couve, grãos integrais, azeite de oliva, aves, peixes, feijões e nozes. Entre as frutas, ela prioriza as vermelhas, além de recomendar uma ou mais porções de peixe por semana.
Os resultados do estudo não provam que a dieta Mind sirva para prevenir o comprometimento cognitivo, apenas demonstram que há uma associação entre uma coisa e outra. O estudo envolveu 14.145 pessoas, com idade média de 64 anos, que foram acompanhados por dez anos.
Os participantes do estudo foram convidados a preencher um questionário sobre a dieta de cada um no ano anterior. A pesquisa observou o quanto os alimentos que eles estavam comendo correspondiam aos incluídos na chamada dieta Mind.
Um ponto foi dado para cada item atingido, num máximo possível de 12. Na avaliação, porções diárias de grãos integrais, nozes e vegetais, por exemplo.
E também porções semanais de peixes e outras proteínas. Quem mais se aproximou da pontuação máxima também teve melhores resultados cognitivos.
Uma bebida recomendada pela dieta Mind é o vinho, mas não mais que um copo por dia. Os vinhos tinto e branco podem beneficiar o cérebro. Alguns deles contam com a substância resveratrol que, de acordo com estudos, tem propriedades neuroprotetoras, podendo ajudar na redução do risco de Alzheimer.
Na observação por sexo, os cientistas descobriram redução de 6% no risco de comprometimento cognitivo para mulheres que seguiram a dieta mais rigorosamente, mas nenhuma no risco para homens. Além disso, foi relatado também que as pessoas que seguiam a dieta Mind com mais afinco declinavam de pensamento mais lentamente do que aquelas que não seguiam. "Essas descobertas justificam estudos mais aprofundados, especialmente para examinar esses impactos variados entre homens e mulheres e entre negros e brancos, mas é animador considerar que as pessoas podem fazer algumas mudanças simples em sua dieta e potencialmente reduzir ou retardar o risco de problemas cognitivos", comentou o neurologista Russell P. Sawyer, autor do estudo.
Após as respostas dadas pelos participantes ao questionário, os pesquisadores os separaram em três grupos. Um deles, considerado de performance mais baixa, teve pontuação média de 5 em 12 possíveis; o grupo intermediário teve pontuação média de 7; e o grupo mais alto, de 9.
Os pesquisadores mediram pensamento e memória de cada participante no início e no final do estudo. No grupo de dieta baixa, o comprometimento cognitivo se desenvolveu em 532 pessoas, ou 12% dos 4.456 participantes. No grupo intermediário, foi em 617 pessoas, ou 11% das 5.602 que faziam parte. E no grupo alto, 402 (10%) dos 4.086 tiveram comprometimento.
Após ajustar fatores como idade, pressão alta e diabetes, os pesquisadores descobriram que pessoas no grupo alto tinham um risco 4% menor de comprometimento cognitivo em comparação com aquelas no grupo baixo.