Um ensinamento evangelicamente correto, que saiu da boca de Jesus, está na Bíblia, por exemplo, no trecho evangélico da santa Missa deste domingo, que fala em resumo sobre os ricos, os pobres e o Reino de Deus, Mc 10,17-30. Jesus estava a caminho de Jerusalém e um homem (Mateus disse que era um jovem) veio apressadamente, se ajoelhou diante de Jesus e lhe perguntou: Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?" Jesus lhe respondeu: "Só Deus é bom, e mais ninguém". Uma chamada para lembrar que de fato precisamos apoiar nossa vida na bondade de Deus. Depois Jesus lhe propôs os mandamentos de Deus porque, segundo a tradição bíblica, esse é o caminho da vida eterna. O homem disse a Jesus que os guardava desde a juventude. Então, Jesus lhe fez uma proposta maior: "Uma coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me". Proposta que não deve ter agradado àquele homem que, decepcionado, saiu triste, pois era possuidor de muitos bens". Jesus teve uma boa impressão daquele homem, porque era um judeu exemplar, um justo que conduzia a vida segundo a justiça da lei. No entanto, Jesus aproveitou para chamar a atenção dos discípulos a respeito da caridade, que vai além da justiça. A partilha com os necessitados constitui para todos uma exigência para o seguimento de Jesus Cristo e assim começar a instaurar o Reino de Deus neste mundo. Não basta se desprender dos bens temporais, mas é necessário por amor a Deus partilhar com os pobres para que tenham vida e sejam socorridos em suas necessidades como Jesus que veio para trazer a vida e a vida em abundância. Bonito é o pensamento de Santo Irineu de Lyon: "A glória de Deus é o ser humano que vive". É obrigação de quem tem mais partilhar com quem tem menos. Jesus mesmo alertou os discípulos a respeito da dificuldade em se viver conforme as exigências do seu Evangelho, mas acrescentou: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível". A primeira leitura da santa Missa, Sabedoria 7,7-11, diz que a sabedoria vale mais do que tudo, mais do que a riqueza, o ouro, a prata, o dinheiro, o poder, mais do que a saúde corporal e inclusive do que a beleza do corpo que é vã e fugaz. A sabedoria é um dom divino que deve ser pedido e acolhido, como o fez, por exemplo, o rei Salomão que pediu a Deus um coração sábio para governar bem e com justiça o seu povo. Consideremos que na Antiga Aliança não se falava somente que a riqueza era fruto das bênçãos de Deus para quem vivesse com responsabilidade a sua vida e que, portanto, não deveria ser desprezada, mas que, por sua vez, a sabedoria, dom divino, é superior a ela e vale mais do que tudo neste mundo e deveria ser preferida. Eis o que afirmou o Concílio Vaticano II, "o espírito de pobreza e a caridade são a glória e o testemunho da igreja de Cristo (Gaudium et Spes, 88)". A segunda leitura, Hebreus 4,12-13, ensina que a Palavra de Deus é viva e eficaz que age ativamente na História como uma espada de dois gumes, a qual devemos abraçar de corpo e alma para amá-la, vivê-la e anunciá-la.
NOSSA SENHORA APARECIDA: Estamos celebrando solenemente Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil por decreto do Papa Pio XI de 16 de julho de 1930. Depois, em comemoração se realizou uma grande manifestação popular de mais de um milhão de pessoas, no Rio de Janeiro, estando presente o presidente do Brasil, Getúlio Dornelles Vargas. Ao ensejo, o Presidente Getúlio, assinando a Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1980, reconheceu oficialmente Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil e estabeleceu o dia 12 de outubro feriado nacional. A Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida/SP, constitui-se no maior centro de peregrinação religiosa da América Latina, recebendo anualmente milhões de peregrinos vindos de todas as partes do Brasil. A devoção começou em 1717, quando pescadores, pescando no Rio Paraíba, próximo a Guaratinguetá, puxaram nas redes, na primeira vez, o corpo de uma pequena imagem negra rompida, na segunda vez, a cabeça, que formava uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Na terceira vez, as redes vieram abarrotadas de peixes. A imagem foi chamada de "Aparecida" e colocada numa pequena capela. A partir daí começou uma peregrinação que se agigantou chegando ao que é hoje. Devotos vão a Aparecida para pedir graças, agradecer as recebidas e pagar as promessas. São milhares os milagres que se contam terem acontecido pela intercessão da Virgem Maria. São Bernardo de Claraval, grande devoto de Nossa Senhora, recomendava: "Chama Maria com fervor, e ela não deixará de lado a tua necessidade, pois ela é misericordiosa ou melhor, a mãe de misericórdia". É a mesma coisa que hoje o nosso povo diz: "Peça à Mãe que o Filho atende". Tenhamos sempre nos lábios e no coração a oração do Terço mariano e da Ave Maria. A primeira parte da Ave Maria é tirada da Bíblia, a segunda, que é uma invocação, nasceu, em tempos antigos da piedade popular. A Igreja no século XVI aprovou a Ave Maria e a oficializou como a mais bela prece mariana que costumamos rezar com a oração que o Senhor nos ensinou, o Pai Nosso. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai a Deus por nós. Amém.