Mulheres negras integrantes de campos políticos opostos, Suéllen Rosim (PSD) e Estela Almagro (PT) lideraram a votação nos respectivos cargos políticos a que concorreram nestas eleições em Bauru. Ambas reeleitas, a prefeita recebeu 94.314 votos e a vereadora, 7.586 votos.
Vale destacar que a segunda colocada na disputa ao comando do Palácio das Cerejeiras também é uma mulher, Chiara Ranieri (União Brasil). Juntas, ela e Suéllen responderam por mais de 70% da preferência do eleitorado, o que denota uma maior participação e aceitação da presença feminina na política.
Outro dado é que a prefeita ampliou em 63% o número de votos na comparação com o primeiro turno das eleições de 2020, quando 57.844 pessoas a escolheram para o cargo. Naquela ocasião, Estela havia recebido 1.371 votos, que mais do que quintuplicaram em sua reeleição no domingo.
Devido à quantidade de votos, a vereadora será a primeira mulher negra da história de Bauru a presidir a sessão de posse na Câmara Municipal, em 1.º de janeiro de 2025, e dar posse a outra mulher negra, Suéllen, bem como aos vereadores eleitos.
Apesar de avanços em representatividade, contudo, os resultados da disputa em Bauru por uma cadeira na Câmara Municipal mostram que a desigualdade entre homens e mulheres na política segue como uma barreira longe de ser vencida. Isso porque Estela foi a única mulher eleita entre os 21 parlamentares, permanecendo como exceção em um ambiente predominantemente masculino e branco.
Trata-se de um cenário com poucas mudanças ao final de cada corrida eleitoral, mesmo com os partidos obrigados a assegurar ao menos 30% de candidaturas femininas - regra frequentemente descumprida ou burlada - e Bauru tendo, neste ano, 54% de eleitores do gênero feminino. Em âmbito nacional, o número de mulheres que venceu nas urnas em primeiro turno para prefeituras aumentou de 656 para 722 em quatro anos. Esta participação, no entanto, ainda representa apenas 13,21% do total de prefeitos eleitos domingo.