Estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, sugere que adotar uma dieta saudável para o coração pode trazer mais efeitos positivos à saúde de pessoas com pressão alta em estágio inicial do que outras mudanças no estilo de vida.
O trabalho aponta que a alimentação focada na redução da hipertensão, chamada de dieta Dash (do acrônimo, em inglês, que significa "Abordagens Dietéticas para Controlar a Hipertensão"), seria mais eficaz para reduzir eventos cardiovasculares ao longo de dez anos do que mudanças como perda de peso e atividade física para adultos jovens e de meia-idade com hipertensão estágio 1.
Segundo a Sociedade Americana do Coração, nesse estágio, o paciente apresenta número sistólico (superior) de 130-139 mmHg (milímetros de mercúrio) ou um número diastólico (inferior) de 80-89 mmHg, ou seja, a pressão seria "13 por 8 mmHg". Pessoas com hipertensão estágio 1 em geral são tratadas com mudança no estilo de vida em vez de medicamentos.
"Nossos resultados fornecem fortes evidências de que modificações de comportamento saudável em larga escala podem prevenir futuras doenças cardíacas, complicações relacionadas e custos excessivos de saúde", disse a co-pesquisadora Kendra D. Sims, estudante de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em comunicado.
Os pesquisadores usaram dados de estudos publicados antes e evidências de meta-análises sobre os efeitos de redução da pressão arterial de mudanças no estilo de vida para simular doenças cardíacas e eventos de acidente vascular cerebral, taxas de mortalidade e custos de saúde de 2018 a 2027 para pessoas de 35 a 64 anos com estágio 1 não tratado de pressão alta. As mudanças incluíram dieta, atividade física e redução do álcool.
O estudo descobriu que fazer mudanças no estilo de vida que resultaram na redução da pressão arterial poderia ter benefícios econômicos e de saúde substanciais.
O modelo estimou que essas evitariam 2.900 mortes e 26 mil eventos cardiovasculares, como derrames ou ataques cardíacos, no período simulado.
O estudo previu que as mudanças poderiam economizar US$ 1,6 bilhão em custos de saúde.
Adotar a dieta Dash teria o maior benefício, prevenindo cerca de 15 mil eventos cardiovasculares entre homens americanos e 11 mil entre mulheres americanas.
Ela foi desenvolvida para ajudar a controlar os níveis de pressão arterial e enfatiza o consumo de frutas, verduras, carnes magras, nozes, sementes e grãos e limita o consumo de carne vermelha, sódio, açúcar e bebidas açucaradas.
"Infelizmente, a disponibilidade e acessibilidade de fontes de alimentos saudáveis não permitem que as pessoas sigam facilmente a dieta Dash", disse Sims.
Os resultados do estudo são preliminares e seu conteúdo ainda será revisado por pares.