Sem formalidades… Entre nós, advogados, não há doutores. Não somos discípulos uns dos outros. Todo processo de progressão é coletivo. Há divergências. Aprendemos juntos.
A solenidade de fixação do quadro da Presidenta Márcia Negrisoli na galeria de ex-presidentes da OAB Bauru, desde já, desperta saudades. Igualmente, gratidão imensa.
Ninguém é unânime. Márcia, porém, quase. Além de sequenciar o trabalho sério e dedicado de seus antecessores, em cada ato, a Presidenta deixa suas digitais de sensibilidade.
Há quem considera Bauru "diferentona", inclusiva às pessoas LGTB. Nem sempre foi assim. Pisamos em solo árido.
Na gestão do presidente Caio, meu amado amigo Assis idealizava a criação da Comissão da Diversidade Sexual. Foi das primeiras providências deliberadas pelo presidente Alessandro, em sua primeira gestão.
A instituição da Carteira de Nome Social, no âmbito do Município, e a implantação do ambulatório médico especializado para atendimento de travestis e transexuais, entre tantas outras conquistas, já foram tidas como improváveis ou até impossíveis.
Para eternizar o Assis, missão honrosa me foi confiada. Acho que consegui fazê-la. Ele vive nos sonhos realizados e na disposição aos enfrentamentos do porvir.
Apesar de ter empreendido esforços ou protagonizado a maioria das ações, não ouso me apropriar dos méritos. Em todos os contextos, o apoio irrestrito da OAB foi fundamental.
Das contradições do mundo, alguns seguimentos, supostamente conservadores, na prática, foram os entusiastas da promoção e garantia dos direitos das minorias sexuais.
Representatividade importa. Em nosso convívio, sempre, mulheres fortes. De modo especial, Alcimar, de todas as horas. Também, homens sensíveis.
Posto que a eleição e a reeleição da primeira muher em nossa OAB coincidiram com o ressurgimento social de pensamentos e práticas espúrias, Márcia esteve na contramão dos retrocessos.
Na poesia de Rita Lee: "Eu sou pau pra toda obra (…) Minha força não é bruta (…) Sou mais macho que muito homem".
Com amor e admiração,