27 de setembro de 2024
POLÍTICA

Caso hacker: relatório final da CEI não vê crimes

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
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O relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) diz que não há provas contra a titular do Palácio das Cerejeiras

O relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apurou a contratação de um hacker para monitorar desafetos do governo, negociação intermediada pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim (PSD), Walmir Henrique Vitorelli Braga, diz que não há provas contra a titular do Palácio das Cerejeiras.

O documento foi entregue no final da tarde desta quarta-feira (25) pelo relator da CEI, o vereador Markinho Souza (MDB) e cita também que não há possíveis providências contra Walmir - que confessou ter repassado valores em depoimento à Polícia - porque o cunhado de Suéllen não ocupa cargo público.

O relatório, de qualquer forma, sugere o encaminhamento do processo da CEI à Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo bem como à Polícia Federal.

A CEI foi instaurada no primeiro semestre deste ano e ouviu em sua última reunião um jornalista radicado na Sérvia que revelou conhecer Patrick César da Silva Brito, o hacker.

Segundo esse jornalista, como mostrou a coluna Entrelinhas deste JC na quarta-feira, há um certo modus operandi: Patrick ofereceria serviços a pessoas em diversas cidades após hackear autoridades. O jornalista disse também que as acusações do hacker contra a prefeita são falsas. O próprio cunhado da prefeita não compareceu à CEI para depor.

"Walmir sequer se dignificou a comparecer a esta comissão para dar a sua versão dos fatos e tampouco apresentou documento ou indicou elemento de prova que favoreça à sua narrativa", afirma o documento.

A conclusão da CEI também menciona os ataques e recuos do hacker, que disse ter recebido valores da prefeita através de Certificados de Depósito Bancário (CDB), disponibilizou uma agenda para que integrantes do colegiado fossem a Araçatuba junto de sua avó para tentar rastrear os valores no banco Santander e cancelou a iniciativa no dia da viagem.

"Patrick Brito não apresentou documentos e elementos de prova que pudessem amparar a sua alegação de que o mandante dos delitos teria sido Walmir Vitorelli", diz o relatório. O documento recebeu aval de quatro dos integrantes da CEI: Marcelo Afonso (PSD), Edson Miguel (Republicanos), José Roberto Segalla (União Brasil) e Markinho Souza (MDB), este relator.

Eduardo Borgo (Novo) abriu divergência e apresentou relatório independente onde afira estar configurado crime de responsabilidade por parte da mandatária e pede a instauração de uma Comissão Processante.