29 de novembro de 2024
ECONOMIA

Banco Central eleva a taxa básica de juros

Por Reinaldo Cafeo |
| Tempo de leitura: 3 min

Por unanimidade dos membros do Copom, portanto, incluindo os diretores indicados pelo atual governo, e em especial, Gabriel Galípolo (indicado para assumir a presidência do Banco Central a partir do ano que vem), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, passando de 10,50% para 10,75% ao ano. vamos avaliar as consequências desta decisão.

Efeitos para a economia brasileira

O primeiro ponto é o controle da inflação: o principal objetivo do aumento da Selic é conter a inflação. Com juros mais altos, o consumo tende a diminuir, o que pode ajudar a controlar a alta dos preços. Isso faz com ocorra encarecimento do crédito: empréstimos e financiamentos ficam mais caros, o que pode desestimular o consumo e os investimentos por parte das empresas e das famílias. Também amplia a atração de investimentos estrangeiros: juros mais altos podem atrair investidores estrangeiros em busca de melhores retornos, o que pode fortalecer o real e melhorar a balança de pagamentos. E ainda há impacto negativo no crescimento econômico: a alta dos juros pode desacelerar o crescimento econômico, já que o custo do crédito aumenta e o consumo diminui.

Efeitos para as famílias e empresas

Ocorre aumento dos custos de financiamento: famílias e empresas que já possuem dívidas podem enfrentar maiores dificuldades para honrar seus compromissos devido ao aumento dos custos de financiamento. Redução do consumo: com o crédito mais caro, as famílias tendem a reduzir o consumo, o que pode impactar negativamente o comércio e a produção industrial.

Efeitos para o mercado financeiro

Maior rentabilidade da renda fixa: investimentos em títulos públicos e outros produtos de renda fixa se tornam mais atrativos, o que pode desviar recursos da bolsa de valores. Valorização do Real: a alta dos juros pode levar à valorização do real, já que investidores estrangeiros buscam melhores retornos no Brasil.

Já nos Estados Unidos os juros caíram

Enquanto aqui a taxa subiu, nos Estados Unidos a taxa caiu 0,5 ponto percentual (agora a taxa oscila entre 4,75% e 5.00% ao ano). A queda foi anunciada pelo Banco Central americano (FED). Há várias consequências importantes tanto para a economia americana quanto para a economia global. Aqui estão alguns dos principais impactos.

As consequências

Internamente, os Estados Unidos terão estímulo ao consumo e Investimento produtivo: com a redução da taxa de juros, os empréstimos ficam mais baratos. Isso incentiva tanto os consumidores a gastar mais quanto as empresas a investir em expansão e novos projetos. A queda nos juros traz alívio para devedores: pessoas e empresas com dívidas existentes podem se beneficiar de menores custos de financiamento, o que pode aliviar a pressão financeira. No tocante a inflação, a redução dos juros pode aumentar a demanda por bens e serviços, o que pode levar a um aumento nos preços se a oferta não acompanhar. No entanto, o Fed tomou essa decisão em um contexto de inflação controlada.

E no exterior?

Globalmente, ocorre valorização de moedas estrangeiras: a queda dos juros nos EUA pode levar a uma desvalorização do dólar, tornando outras moedas, como o real brasileiro, mais fortes em comparação. Também aumenta a atração de capital para mercados emergentes: investidores podem buscar retornos mais altos em mercados emergentes, como o Brasil, onde as taxas de juros são mais altas. Isso pode aumentar o fluxo de capital estrangeiro para esses países. Lembrando que no Brasil a decisão foi no sentido contrário, com alta dos juros, portanto, potencializa a atratividade. Tem ainda redução da pressão inflacionária em outros países: com um dólar mais fraco, os produtos importados dos EUA podem ficar mais baratos, ajudando a conter a inflação em outros países. Essas mudanças podem ter efeitos variados dependendo do contexto econômico específico de cada país. No Brasil, por exemplo, a valorização do real pode ajudar a reduzir a inflação, mas também pode impactar a competitividade das exportações brasileiras.

Mude já, mude para melhor!

Quem não tem uma estratégia para combater o bom combate pode acabar perdido, sem direção e vulnerável aos desafios que surgem pelo caminho. Mude já, mude para melhor!