29 de novembro de 2024
ECONOMIA

Previdência apresenta recorde de pagamentos

Por Reinaldo Cafeo |
| Tempo de leitura: 4 min

O pagamento de benefícios previdenciários pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado, somou a marca inédita de R$ 577 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, de acordo com números do Tesouro Nacional. O valor, que é recorde histórico para o período, ficou próximo dos R$ 600 bilhões. A comparação histórica é possível porque os valores foram atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. Nos últimos três anos, o décimo terceiro dos aposentados foi antecipado e pago, de forma integral, ainda no primeiro semestre. A previsão do governo, para todo este ano, feita em julho, é de que o pagamento de benefícios previdenciários some R$ 923 bilhões, o que representará uma queda na comparação com o ano passado. Os valores foram corrigidos pela inflação para possibilitar uma comparação. Em breve vai entrar no radar uma nova e necessária reforma na previdência.

PIX: recorde

O PIX realmente tem a preferência dos brasileiros no tocante a transações financeiras. O Banco Central informou que as transações via PIX bateram um novo recorde para um dia: foram movimentados R$ 108,4 bilhões a partir de 227,4 milhões de operações em um único dia. O recorde anterior havia sido registrado em 5 de julho, quando foram feitas 224,2 milhões de transações.

IPCA: deflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços caíram 0,02% em agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste mês, dois dos nove grupos do indicador tiveram queda, puxando a primeira deflação do ano e menor índice desde junho de 2023 (-0,08%). O grupo Alimentação e bebidas registraram queda de 0,44% em agosto, contribuindo para recuo de 0,09 ponto percentual (p.p.) do índice geral. Já em Habitação, a baixa foi de 0,51% e redução de 0,08 p.p. Juntos, os dois grupos representam 36,53% do IPCA completo. Assim, o resultado geral de agosto representa uma desaceleração contra o mês anterior, já que o IPCA de julho teve alta de 0,38%. Em agosto de 2023, os preços haviam subido 0,23%. O país tem, portanto, uma inflação acumulada de 4,24% em 12 meses, dentro do intervalo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,85%.

Resultado por grupo

Veja o resultado dos grupos do IPCA: Alimentação e bebidas: -0,44%; Habitação: -0,51%; Artigos de residência: 0,74%; Vestuário: 0,39%; Transportes: 0,00% Saúde e cuidados pessoais: 0,25%; Despesas pessoais: 0,25; Educação: 0,73%; Comunicação: 0,10%. A deflação registrada no mês de agosto — queda de 0,02% nos preços no mês passado — foi uma boa notícia, mas a inflação deve voltar a subir nos próximos meses por causa dos efeitos da seca em alimentos e na tarifa de energia elétrica.

A deflação terá impacto na decisão do COPOM?

Exatamente a seca que impacta a produção de alimentos e a tarifa de energia elétrica recentemente majorada devido à escassez hídrica deve manter a projeção de que haverá alta de 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que será nos próximos dias 17 e 18 de setembro. O dado positivo da inflação do mês passado deve, pelo menos, garantir que a inflação termine o ano na casa de 4,3%, abaixo do teto da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%. Atualmente a taxa básica, a Selic está em 10,50% ao ano.

Enquanto isso na Argentina...

A inflação da Argentina voltou a acelerar em agosto, depois de registrar o menor patamar do governo de Javier Milei em julho. No último mês, os preços subiram 4,2%, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), acumulando uma alta de 236,7% em 12 meses. Em julho, a inflação foi de 4,0%, marcando 236,4% no acumulado em 12 meses. Em 2024, até aqui, a inflação no país já acumula alta de 94,8%.

Vendas no varejo

Em julho de 2024, o volume de vendas no varejo registrou um crescimento de 0,6% em comparação a junho, na série com ajuste sazonal, após uma queda de 0,9% no mês anterior. A média móvel trimestral, que foi de 0,3% no trimestre encerrado em junho, apresentou variação de 0,2% no trimestre encerrado em julho. Na série sem ajuste sazonal, o volume de vendas no varejo teve um aumento de 4,4%, marcando a 14ª alta consecutiva — em junho, a variação foi de 4,1%. No acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2023, o crescimento foi de 5,1%, enquanto nos últimos 12 meses, o avanço ficou em 3,7%.

Mude já, mude para melhor!

Para eliminar a pobreza, é essencial investir em educação de qualidade, promover a igualdade de oportunidades e garantir acesso a recursos básicos para todos. Mude já, mude para melhor!