A vereadora Chiara Ranieri (União Brasil), candidata a prefeita de Bauru, defendeu, se eleita, melhorar os procedimentos na Secretaria de Planejamento (Seplan), um dos maiores gargalos do município, e falou também em criar mecanismos para racionalizar a burocracia do serviço público.
A candidata foi a primeira entrevistada na rodada de sabatinas promovida pela Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru e Região (Assenag), Seesp, IAB e Crea na última segunda-feira (9) com apoio do JC.
Chiara evitou cravar propostas para chamar de suas em relação a áreas técnicas debatidas e afirmou aos espectadores na plateia - a maioria dos quais associada à Assenag - que serão eles, os técnicos, os responsáveis por parte das ideias a serem implementadas em seu governo.
Sobre mobilidade urbana, por exemplo, a candidata reconheceu os desafios no setor e mencionou três vias em específico - as avenidas Comendador José da Silva Martha, cujo tráfego é mais do que problemático em horários de pico, a Rodrigues Alves, que classificou como "um grande terminal" rodoviário e a Nossa Senhora de Fátima.
Ao citar esta última, aliás, Chiara disse que a solução é difícil e que precisaria de ajuda "de vocês" - da plateia, no caso.
A candidata também defendeu melhorias no transporte coletivo com a ampliação de horários da Circular, especialmente nas periferias, e também a elaboração de novas interligações entre bairros a fim de melhorar o fluxo urbano.
Ranieri também abordou superficialmente um projeto engavetado há anos na Emdurb sobre a implementação de veículos leves sobre trilhos (VLT) em Bauru. Disse, que qualquer forma, que "preciso ouvir a melhor proposta" para a mobilidade urbana e que o tema não pode se reduzir a um departamento na empresa pública.
Questionada sobre o que faria com os chamados "esqueletos urbanos" - obras há anos inacabadas e que ocupam milhares de metros quadrados em Bauru -, Chiara afirmou que a situação é complexa e que precisaria avaliar o que fazer.
Citou, neste caso, a lei do IPTU progressivo - que amplia gradativamente o valor do tributo por ocasião do abandono cumulado.
Sobre a Seplan, Chiara defendeu que a pasta tenha "vida própria", com mais servidores, e ressaltou também a importância de qualificar o quadro de pessoal da pasta. Afirmou ainda que a morosidade hoje vigente no setor - são anos para se tirar um único alvará, por exemplo - afugenta investimentos. "Ouço de muita gente que na Seplan falta visão e comando", disse.
A candidata destacou também que, se eleita, vai priorizar a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e criticou a negociação que a prefeitura trava com a Fadep, que há mais de um ano mantém contrato para revisar o plano e até hoje, ao término do final da negociação, não concluiu a medida.
Para Chiara, a atualização do PCCS poderia ter sido realizada por uma comissão de servidores. Até porque, disse ela, partiu do próprio quadro efetivo da prefeitura, em 2010, o plano de cargos hoje vigente.
Ranieri defendeu também o pagamento do piso salarial a engenheiros, arquitetos e agrônomos e demais categorias e disse que o fato de a prefeitura não respeitar o mínimo de várias categorias, como a enfermagem, é "absurdo".
Outro ponto sensível à vereadora é a criação de um banco de projetos na prefeitura para garantir que eles estejam disponíveis em momentos de necessidade - como para buscar verbas, por exemplo, ou para inscrevê-los em programas de destinação de recursos do governo federal.
Chiara também defendeu a revitalização do Centro de Bauru num projeto que passe necessariamente pelo uso do prédio da estação ferroviária. Disse, no entanto, que não basta transformar o local num centro administrativo, por exemplo, mas garantir vida ao imóvel e seus arredores de manhã, à tarde e à noite.
Promovida pela Assenag, Seesp, IAB e Crea, a série de sabatinas, chamada de "Fórum de Engenharia, Urbanismo e Cidade", tem como parceiros também a Delegacia Sindical do SEESP em Bauru, além de Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de São Paulo (Crea-SP). O JC, o Sinduscon e o Secovi são apoiadores da iniciativa.