A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alzira Cardoso, no Jardim Chapadão, foi atingida por um incêndio na noite desta quinta (5), que destruiu duas salas inteiras e parte de uma terceira. As causas do episódio ainda não foram esclarecidas. Uma das hipóteses é de que o fogo tenha sido provocado por ação humana.
Um agravante, contudo, é que a Emef já vinha sendo alvo de apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) desde 2023 em razão de problemas que incluem a ausência de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e de mangueiras de combate incêndio nos hidrantes, o que pode ter contribuído para retardar a contenção das chamas. O órgão voltou a fazer os mesmos apontamentos neste ano e, nesta sexta, auditores retornaram à escola.
Além de constarem a persistência do problema, descobriram que a manutenção dos extintores estava vencida desde julho de 2024. O TCE também já havia notificado a prefeitura sobre um alambrado arrombado que segue sem reparo, facilitando a eventual entrada de desconhecidos na unidade.
Em nota, a prefeitura informou que a Emef está na lista de escolas a serem adequadas para obtenção do AVCB, no contexto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público, cujo cumprimento deve se dar até 2026. "A Educação está seguindo o cronograma definido com o MP e ressalta que a escola possuía extintores", pontuou, fazendo menção aos equipamentos com data de validade expirada.
O Executivo registrou boletim de ocorrência e destacou que a escola foi periciada. Acrescentou que equipes da Educação e da Defesa Civil vistoriaram o prédio e, após a avaliação da estrutura, medidas para a recuperação do imóvel serão definidas. Em razão da ocorrência, as aulas foram suspensas na unidade.
"Neste fim de semana, está prevista a instalação de um tapume isolando a área afetada e, na segunda, será realizada a limpeza dos espaços não atingidos. A previsão é de que as aulas possam voltar na terça (10), remanejando [alunos, móveis e materiais] nos espaços da própria escola", completou.
O TCE também monitora a contratação da implantação de alarmes e câmeras de segurança em prédios municipais e, agora, apura o motivo do sistema ter sido insuficiente, visto que a Emef Alzira Cardoso conta com 4 câmeras e continuou sendo alvo de furtos, sem contar um eventual incêndio criminoso. A preocupação dá-se em razão dos gastos públicos com a compra de equipamentos que podem não estar cumprindo sua finalidade, pontua José Paulo Nardone, diretor da Unidade Regional de Bauru do TCE.
"Trata-se de fiscalização, mas também de alerta e contribuição. É fundamental que o gestor veja nos apontamentos um diagnóstico do que precisa ser melhorado e tenha a firme disposição de fazê-lo, sob pena de cometer erros previsíveis e evitáveis, em prejuízo de toda a comunidade", completa. Segundo a prefeitura, um novo projeto de videomonitoramento que contempla as escolas municipais será contratado, atendendo recomendação do TCE.
Bauru ficou em chamas nesta quinta-feira (5), quando o Corpo de Bombeiros atendeu 15 ocorrências de incêndio em vegetação, além do fogo na escola e em uma casa no Núcleo Geisel. Entre os locais mais afetados, está a área verde localizada entre o Sambódromo e avenida Jorge Zaiden, próxima ao córrego Água Comprida, no Jardim Contorno. As chamas assustaram os moradores das redondezas e imagens das chamas circularam nas redes sociais. Os bombeiros passaram horas combatendo o incêndio. A prefeita Suéllen Rosim esteve no local para acompanhar a ação e disse que irá ampliar a fiscalização e as campanhas de conscientização.