28 de setembro de 2024
OPINIÃO

Para refletir

Por Roberto Carlos Simões Galvão |
| Tempo de leitura: 1 min
Professor de sociologia na educação básica

Roberto Shinyashiki é médico e doutor em administração pela Universidade de São Paulo. Em sua obra A Revolução dos Campeões (Ed. Gente, 1999), consta uma advertência bastante oportuna para todos que almejam se destacar profissionalmente: "Muita gente diz que quer aprender, mas se recusa a aceitar a orientação de quem é mais experiente.

Dizer "eu não sei" é difícil, e esse é um dos grandes problemas dos brasileiros. O brasileiro tem uma dificuldade imensa com o não saber. Reconhecer que não sabemos algo é talvez o passo mais importante para crescer.

O problema é que a maioria das pessoas gosta de ensinar, e a minoria de aprender. E o pior: muita gente quer ensinar aquilo que não sabe. Costuma não funcionar". No mesmo sentido, vêm à memória os ensinamentos de Renato Mezan, psicanalista e doutor em filosofia pela USP.

Certa vez, em artigo publicado pela Folha de S. Paulo (Caderno Mais!, 2005), Mezan discorreu sobre o espírito bacharelesco, muito comum entre nós. "Trata-se da verborragia, da retórica pela retórica, do diletantismo, ou seja, a mania de falar daquilo que só se conhece superficialmente.

O passo a passo indispensável em tantas coisas, no pensamento como na vida, é visto como aborrecedor; a minúcia, o cuidado com a verificação, o necessário asseguramento de que o que fizemos está em ordem antes de passar à etapa seguinte, tudo isso que não tem charme nem brilho, tende a ser desconsiderado como coisa de obsessivo, incompatível com a inventividade e a exuberância que caracterizam nossos compatriotas".

Ambos os intelectuais, Shinyashiki e Mezan, deixaram ensinamentos preciosos, tão relevantes para quem pretende alcançar o sucesso profissional, quanto para quem se candidata a cargos públicos em ano eleitoral.