Falha no grupo motopropulsor, composto basicamente por motor e hélice, pode ter sido a causa da queda de um avião biplano monomotor, conhecido nacionalmente como "Barão Vermelho", logo após a decolagem, na manhã do último dia 10 de junho, no aeródromo de Bauru. A informação consta no Painel Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ferramenta do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O piloto Igor Reis, 51 anos, que havia se apresentado um dia antes, durante um evento de aviação, morreu carbonizado na ocasião.
Segundo o Painel Sipaer, o teor das informações ainda pode ser alterado e não vincula obrigatoriamente as conclusões que serão publicadas no relatório final de investigação do Cenipa. "A conclusão desta investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes", esclarece.
O trabalho do Cenipa busca, unicamente, prevenir acidentes, e não identificar culpados ou qualquer causa provável de um acidente. O órgão aponta possíveis fatores que ajudem a esclarecer as questões técnicas relacionadas à ocorrência aeronáutica visando, por meio da emissão de recomendações de segurança, a implementação de medidas que possam evitar eventos semelhantes.
Já a investigação que objetiva esclarecer as circunstâncias da queda da aeronave segue em andamento, e está a cargo da Polícia Civil.
Conforme divulgado pelo JC, o avião monomotor conduzido por Igor Reis caiu de bico, logo após a decolagem, na manhã do dia 10 de junho, no aeródromo de Bauru. O piloto, integrante da Associação Brasileira de Acrobacia Aérea (Acro Brasil), e sua aeronave Acro Sport 2 foram uma das atrações do “Arraiá Aéreo - Inspirando Gerações”, no dia anterior.
No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, consta que Igor voaria para Mogi Mirim. Uma testemunha em solo relatou que, após detectar uma aparente falha mecânica, o piloto conseguiu manobrar o monomotor com o objetivo de retornar à pista e fazer um pouso emergencial, porém, não conseguiu fazer a aterrissagem em segurança.
Ao chegar à pista, a aeronave, que possuía sistema de armazenamento de combustível nas asas, acabou batendo fortemente contra o solo e pegou fogo, provocando a morte de Igor carbonizado. Além do Samu, foram mobilizados para o atendimento da ocorrência o Corpo de Bombeiros, polícias Militar e Civil e representantes do aeródromo.
Na ocasião, Donizete do Carmo, presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb), responsável pela manutenção do aeródromo de Bauru, revelou que uma peça havia sido encontrada na pista e encaminhada para análise com o objetivo de apurar se ela teria relação com a queda da aeronave.
Igor Reis morava em Valinhos e voltava para casa no momento em que houve o acidente. Em Bauru, ele estreou no ano passado e manteve, nesta última edição do Arraiá Aéreo, a apresentação icônica que recria a cena do filme Top Gun, no qual o personagem Pete “Maverick” Mitchell, interpretado por Tom Cruise, pilota uma Kawasaki H2 ao lado de um caça.
Por meio de nota, a Fundação Astronauta Marcos Pontes (AstroPontes), organizadora do evento, em parceria com a Prefeitura de Bauru, lamentou profundamente a perda do piloto. A prefeita Suéllen Rosim também publicou nota de pesar em suas redes sociais.