11 de agosto de 2024
ECONOMIA

Maior seguradora da Argentina chega a Bauru


| Tempo de leitura: 3 min
Tisa Moraes
João Levandowski (Head Comercial Sancor), Primo Mangialardo (presidente Primo Seguros), Edward Lange (CEO Sancor), Paulo Dawibida (diretor comercial Sancor)

Maior seguradora da Argentina, o Grupo Sancor Seguros iniciou sua operação em Bauru com o objetivo de expandir sua atuação para o Estado de São Paulo, reforçando sua tradição em atender pessoas e empresas de cidades do Interior. Fundada na província de Santa Fé, no Centro-Oeste da Argentina, a empresa ingressou no mercado brasileiro em 2013, em Maringá, cidade ao norte do Paraná, com porte semelhante ao de Bauru, onde está sua matriz brasileira.

Com origens no cooperativismo agrícola há 78 anos, também está presente no norte do Rio Grande do Sul e no Triângulo Mineiro, além do Paraguai e Uruguai.

Na última terça-feira (6), o CEO da Sancor Seguros, Edward Lange, promoveu um jantar em Bauru para apresentar os produtos da empresa a corretores de seguro que atuam na cidade. Uma das companhias que já firmaram parceria é a Primo Seguros.

Em visita ao Espaço Café com Política, Lange contou que o grupo iniciou sua operação em Maringá por meio de uma parceria com a instituição financeira cooperativa Sicoob. Ao longo de pouco mais de uma década de atividades, os negócios foram sendo expandidos para outros estados e, agora, chega ao Interior do Estado, com uma representante em Bauru, a executiva comercial da Sancro Cristina Valeriano Odria, moradora da cidade, e outra em Ribeirão Preto.

"O grupo nasce em uma província no Interior da Argentina e só depois cresce em direção às regiões metropolitanas. Hoje, é o maior do seu segmento no país. Então, aqui em Bauru, vamos fazer o que a gente faz de melhor, que é trabalhar no Interior, em um mercado com um potencial enorme, que ainda está começando a entender o valor e a relevância do seguro", relata o CEO.

'GRANDE PROBLEMA'

Ele esclarece que, embora os seguros voltados ao setor agrícola estejam no DNA do grupo, a companhia oferece uma gama ampla de produtos, dos mais tradicionais, como seguros patrimoniais, de vida e de automóveis, até as últimas tendências, como seguro Pix em caso de coação, seguro de bicicletas de alto valor e de equipamentos médicos, entre outros.

Lange relata que, diferentemente de moradores de países da Europa e Estados Unidos, os brasileiros não possuem uma cultura previdente e menos de 10% deles possuem algum tipo de seguro. Para o CEO, trata-se de uma conduta que deverá ser revisada, tendo em vista os eventos extremos - como enchentes, secas, ventos, calor - enfrentados pela humanidade de forma cada vez mais frequente e intensa.

"Recentemente, vimos o que ocorreu no Rio Grande do Sul. Foram 2,5 milhões de pessoas impactadas e apenas 49 mil registros de sinistros. Um grande número de famílias perdeu tudo, casa, carro, empresa e quem acaba pagando a conta são elas e o Estado. Do ponto de vista da sustentabilidade da economia, da perenidade do crescimento econômico, não ter seguro é um grande problema", analisa.

PERSPECTIVAS

Presidente da Primo Seguros, Primo Alexandre Mangialardo acrescenta que 85% das empresas atingidas em Porto Alegre e cidades do entorno também não possuíam qualquer tipo de seguro. "Esta também era a realidade de mais da metade dos veículos perdidos", lamenta.

Lange destaca que, mesmo em meio às mudanças climáticas, cerca de 80% das áreas agrícolas brasileiras não estão cobertas por seguro, com produções, portanto, vulneráveis a perdas por excesso de chuva, de seca e incêndios. Em contrapartida, ele cita a Alemanha, onde praticamente 100% da população possui seguro residencial e de responsabilidade civil familiar (de reparação por danos involuntários causados a terceiros).

As perspectivas, contudo, são otimistas, visto que, no ano passado, a Confederação Nacional das Seguradoras projetou, em seu Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, o aumento, de 2% para 4% do PIB até 2030, do valor pago em indenizações, benefícios, sorteios e resgates. "Isso representa R$ 200 bilhões a mais em prêmios, um crescimento significativo", completa.